Chegada de Jilmar Tatto à liderança do PT na Câmara pode ser o estopim de rebelião silenciosa

Paciência zero – A escolha do novo líder do PT na Câmara dos Deputados provocou uma espécie de cizânia partidária. Com cinco votos a mais e chance irreversível de vitória, o grupo que defendia o deputado José Nobre Guimarães (PT-CE) – ele é irmão de José Genoíno e chefe do protagonista do escândalo dos dólares na cueca – acatou a chegada de Jilmar Tatto (PT-SP) ao cargo, que só foi possível coma ingerência direta do ex-presidente Luiz Inácio da Silva.

Lula, que para manter seu cacife político intacto patrocina a candidatura de Fernando Haddad, pode ter dado um tiro no pé, se considerado o estrago feito além das fronteiras paulistas. A escolha de Jilmar Tatto para a liderança do PT na Câmara tem explicações que não convencem a maioria da legenda. A família do novo líder – oito irmãos de Jilmar são filiados ao PT – controla boa parte do partido na cidade de São Paulo, o que pode ser útil a Fernando Haddad e principalmente aos interesses de Lula.

Líderes petistas de outros estados, em especial do Norte e do Nordeste, disseram reservadamente que a unidade partidária ficou comprometida com a incursão de Lula, que sempre empurra as principais decisões da legenda para o PT paulista. Sem contar que o líder anterior, Cândido Vaccarezza, também é de São Paulo. Os inconformados vão além quando dizem que estão cansados dessa cantilena visguenta de Lula. È esperar para ver, pois a história submissão dos companheiros pode estar perto do fim.