Fim do mundo – A cidade de São Paulo impressiona pelos números. Com mais de 11,2 milhões de habitantes, de acordo com o censo de 2010, a capital dos paulistas é uma ode à confusão. Administrada por um engenheiro fanfarrão, neste caso Gilberto Kassab, o caos ganha proporções estratosféricas. Vez por outra Kassab faz questão de lembrar que é engenheiro, mas esse detalhe é uma monumental ofensa à faculdade frequentada no passado pelo alcaide paulistano.
Quando as pesquisas de opinião apontam que sua popularidade está em míseros 22%, o incompetente e inconformado Gilberto Kassab aciona sua assessoria para dar explicações esdrúxulas sobre o fato. Enquanto participava da festa em comemoração ao 32º aniversário do Partido dos Trabalhadores, em Brasília, nesta sexta-feira (10), Kassab foi informado por assessores que a cidade de São Paulo transformou-se na versão tupiniquim de Veneza, onde apenas gôndolas conseguem circular pelos canais.
Após rápida e intensa chuva de verão, o que é de conhecimento das autoridades desde 1.554, ano de fundação da cidade, São Paulo mais uma vez naufragou. Com 43 pontos de alagamento, sendo 13 deles intransitáveis, a Pauliceia Desvairada simplesmente parou no final da tarde desta sexta.
Com mais de 200 km de congestionamento em suas ruas e avenidas, a mais importante cidade brasileira foi palco de situações que desafiam a lógica. Sem saber como escapar das verdadeiras cataratas que se formaram em muitas vias, os motoristas ainda tinham de enfrentar o humor descontrolado dos agentes de trânsito, que arrumavam tempo para multar.
O pior exemplo de uma administração pífia e vergonhosa como a de Gilberto Kassab aconteceu na Zona Leste, a mais populosa de São Paulo. O Viaduto Bresser (foto abaixo) inundou de tal forma que era possível nadar na parte superior. O leitor por certo pensará que a inundação ocorreu sob o viaduto, mas na sexta maior cidade do planeta o acúmulo de água se dá em cima dessa longeva invenção da engenharia.
Kassab, que nos últimos meses se dedicou apenas e tão somente à criação do PSD, agora tenta emplacar uma dobradinha política para fazer o sucessor e não perder visibilidade política até 2014, quando pretende concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista.
Sem nenhum rompante de genialidade como deputado federal, Gilberto Kassab ganhou notoriedade ao final da atuação parlamentar na esteira do escândalo que marcou a CPI dos Combustíveis. Depois disso, chegou à prefeitura porque José Serra renunciou ao mandato para disputar o governo de São Paulo. Pela pujança e importância, São Paulo merece um administrador minimamente melhor, que não venha a público para transferir a sua conhecida incompetência para a natureza ou, quiçá, até mesmo para São Pedro, o gerente das águas celestiais.