Chuva castiga SP, mas “Voz do Brasil” impede que emissoras de rádio orientem os motoristas

Contra a lógica – a Maior cidade brasileira, São Paulo não consegue se livrar da condição de Veneza tupiniquim, pelo menos enquanto dura a temporada de chuva, algo que as autoridades paulistanas conhecem há mais de quatro séculos.

Com a infraestrutura precária, São Paulo vez por outra registra alagamentos, pois o desenvolvimento desordenado tornou a cidade permeável e desrespeitou as regras e os limites da natureza. Na tarde desta quinta-feira (23), a capital dos paulistas entrou em estado de alerta por causa de rápida e intensa chuva. Às 18 horas, a cidade registrava seis pontos de alagamento.

Com trânsito conhecidamente caótico, São Paulo torna-se ainda mais complexa quando as águas celestiais desabam sobre as ruas e avenidas esburacadas ou remendadas. OS congestionamentos aumentam e voltar para casa é uma tarefa que exige doses extras de paciência.

Mesmo diante desse cenário sempre complicado, o governo federal insiste em manter a obrigatoriedade da veiculação da “Voz do Brasil”, que nasceu durante a ditadura de Getúlio Vargas. Emissoras de rádio, que normalmente orientam os motoristas sobre o melhor caminho na volta para casa, interrompem a programação às 19 horas para que o radiofônico chapa branca destile informações dos três Poderes, que o cidadão não quer saber ou nas quais não acredita.