Cantoria no céu – Morreu no final da manhã desta sexta-feira (24), no Rio de Janeiro, o cantor e compositor Pery Ribeiro, vítima de infarto agudo do miocárdio. Pery estava internado há trinta dias no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, para tratar de uma endocardite (infecção na membrana das válvulas cardíacas) e a alta médica estava prevista para os próximos dias.
Filho de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins, dois grandes nomes da era do rádio, Pery lançou seus primeiros discos na década de 1960, tornando-se conhecido por dar voz a muitas canções da bossa nova. Pery foi o primeiro a gravar, em 1963, “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.
O cantor estreou no mundo artístico aos três anos de idade, ao participar da dublagem em português de produções de Walt Disney. Nascido Peri de Oliveira Martins, o cantor assumiu o nome artístico de Pery Ribeiro em 1959, por sugestão do radialista César de Alencar, um dos fenômenos do rádio daquela época.
Depois de morar nos Estados Unidos durante três anos, onde cantou com Sérgio Mendes, Pery Ribeiro voltou ao Brasil e gravou composições de nomes consagrados da MPB, como Ivan Lins (“Agora”), Raul Seixas (“A Maçã”), Gonzaguinha (“Gás Neon”) e João Bosco (“Amigos Novos e Antigos”). A partir dos anos 80, voltou a bossa nova voltou a frequentar o cardápio musical de Pery.
Em 2006, Pery publicou o livro “Minhas Duas Estrelas: Uma Vida com Meus Pais”, escrito em parceria com Ana Duarte, sua mulher e empresária. A obra trata da relação conhecidamente conturbada de Dalva e Herivelto. No total, lançou doze álbuns dedicados à bossa nova.
Pery Ribeiro estava empenhado na busca de patrocínio para viabilizar um evento em comemoração ao centenário de nascimento de seu pai, Herivelto Martins.