Com falta de hotéis e ameaça de paralisação dos trabalhadores do setor, Copa pode ser um fiasco

Tragédia anunciada – Em outubro de 2007, quando a FIFA anunciou que o Brasil sediaria a Copa do Mundo de 2014, o ucho.info afirmou que o País não tinha, como ainda não tem, condições para abrigar um evento tão vultuoso. Na ocasião, o então presidente Luiz Inácio da Silva disse que o Brasil realizaria a melhor Copa de todos os tempos, mas tudo não passou de discurso de ocasião.

Sem contar a falta de infraestrutura nas cidades que receberão jogos da Copa, o setor de hotelaria está muito aquém da demanda que será gerada à época do certame. Na verdade, a hotelaria brasileira já sofre alguns “apagões”, dependendo do período do ano. Na cidade de São Paulo, por exemplo, difícil será encontrar um empresário que invista na construção de um hotel de qualidade na região de Itaquera, no extremo da Zona Leste da capital paulista, onde acontecerá o jogo de abertura da Copa. Região conhecida por abrigar em sua maioria pessoas de baixa renda, Itaquera não é o cenário ideal para um hotel cinco estrelas.

Para se ter ideia da situação em que se encontra o setor da hotelaria na cidade de São Paulo, donos de motéis são procurados por gerentes de hotéis que buscam uma forma alternativa de acomodar os hóspedes. Diante da falta de investimentos na hotelaria, a capital dos paulistas será palco de um fiasco em 2014, sendo que os turistas estrangeiros levarão na bagagem uma péssima impressão de uma das maiores cidades do planeta.

Como se não bastasse, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh), Moacyr Roberto Tesch Auervasld, informou que a categoria estuda a possibilidade de cruzar os braços durante o maior evento do futebol mundial. O sindicalista alega que os empregados do setor são explorados pelos empresários, com baixos salários e más condições de trabalho. “Se os empresários não melhorarem nossas condições, inclusive de vida, vamos parar no meio da Copa”, disse ele.

O dirigente da Contratuh afirmou que a decisão sobre a paralisação ainda está sendo avaliada pelas entidades da categoria, durante encontros e eventos em todo o País. “Já estamos trabalhando essa hipótese com os dirigentes do nosso setor”, destacou Auervasld. A entidade já teria inclusive definido o slogan do movimento: “Pare de nos explorar, ou paramos de trabalhar na Copa!” A entidade também já produziu cartaz com as palavras de ordem.