Dossiês de encomenda e “aloprados” serão ressuscitados durante a disputa pela prefeitura de SP

Tudo outra vez – Os paulistanos que se preparem, pois a temporada de dossiês está prestes a começar. Com a decisão de José Serra de participar da disputa pela prefeitura da cidade de São Paulo, o PT em breve sairá a campo para encomendar um dossiê contra o candidato tucano. Será uma reprise do que ocorreu oito anos atrás, em 2004, quando Serra derrotou a candidata petista Marta Suplicy.

À época, ainda no primeiro turno, petistas tentaram encomendar um dossiê contra Gilberto Kassab, então candidato a vice na chapa de Serra. Com a disputa lançada ao segundo turno, alarifes falando em nome do PT tentaram encomendar um dossiê contra o tucano. Procurado por alguns desses oportunistas de ocasião, o editor do ucho.info rechaçou todas as tentativas de encomenda de dossiê. Não por causa dos valores oferecidos – a última oferta foi de US$ 500 mil –, mas porque este site dedica-se ao jornalismo independente, não À produção de documentos apócrifos.

Em 2010, quando disputou a presidência da República contra a neopetista Dilma Vana Rousseff, o tucano José Serra assistiu à devassa fiscal de membros da sua família e de alguns integrantes do PSDB. Ruidosa, a gritaria da época foi dragada pelo silêncio pós-eleição. De igual modo foi lançado um livro sobre os bastidores das privatizações ocorridas no governo de Fernando Henrique Cardoso. Tratado pelos companheiros como “privataria”, o assunto não poderá ser ressuscitado nas eleições municipais deste ano, pois o PT patrocinou uma estranha privatização de três aeroportos brasileiros, depois que Luiz Inácio da Silva chamou de “idiota” – de forma transversa e inominada – o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, que se mostrou preocupado com o caos que impera no setor.

Velha conhecida de muitos, a obsessão do PT por dossiês não devendo ser desconsiderada. Essa forma covarde de fazer campanha por certo voltará à cena nos próximos meses, porque apostar todas as fichas no desconhecido Fernando Haddad foi um erro maior do que tentar se aproximar de Gilberto Kassab.

O problema dessa estratégia rasteira está naqueles que estarão dispostos a produzir os tais dossiês. Alguns desses criminosos de plantão, verdadeiros abutres em busca do dinheiro imundo, são figuras carimbadas nas imundas coxias da maior cidade do País. Um deles, que se diz publicitário, trabalha como “ghost writer” de conhecido e destacado “mensaleiro”. Aos que se recusarem a produzir os dossiês fica um alerta: redobrem o cuidado após a recusa, pois o jogo é extremamente bruto.