Conta que não fecha – A partir desta segunda-feira (5), a prefeitura de São Paulo passará a multar os motoristas de caminhões que desrespeitarem a proibição de circular na Marginal Tietê e outras 25 vias da capital paulista nos períodos que vão das 5 horas às 9 horas e das 17 horas às 22 horas durante a semana. Aos sábados a proibição é das 10 horas às 14 horas. A multa está estipulada em R$ 85,13 e representa quatro pontos na carteira Nacional de Habilitação (CNH).
A decisão foi tomada com o objetivo de melhorar o trânsito na Marginal Tietê, principalmente, que todos os dias recebe, em média, 75 mil caminhões. Essa medida em nada contribui para a melhoria do trânsito da maior cidade brasileira, pois a gestão de Gilberto Kassab, que está perto do fim, em momento algum priorizou investimentos para o setor de transporte público.
A retirada de caminhões durante os períodos citados por certo ajudará o trânsito na Marginal do Tietê, mas essa melhoria é pontual e passageira por dois motivos. O primeiro deles é que os motoristas trocarão a Marginal por ruas da Zona Norte da capital, comprometendo o trânsito local, sem contar que as vias da região não estão preparadas para receber um grande contingente de veículos pesados.
O segundo motivo é que as empresas de transporte em poucos meses substituirão os veículos proibidos de trafegar pela Marginal Tietê por outros menores, como o VUC (Veículo Urbano de Carga), que têm autorização de circular pela maior cidade brasileira. Como o improviso das autoridades brasileiras domina o cenário do País, o trânsito paulistano está fadado a piorar, pois um caminhão de grande porte será substituído por pelo menos cinco menores (VUCs), se considerarmos a capacidade de transporte de carga de cada um. Acontece que cinco VUCs ocupam o espaço físico de 2,5 caminhões pesados.
Não é preciso nenhum esforço extra do raciocínio para concluir que a mais recente solução inventada pelos assessores de Kassab para caótico trânsito de São Paulo é um tirop no pé de efeito retardado.
