Senado rejeita a recondução ao cargo do presidente da ANTT, indicado pela presidente Dilma Rousseff

Deu errado – O Palácio do Planalto ainda está atordoado com o resultado de uma votação no Senado, que representa uma derrota pessoal da presidente Dilma Rousseff. Na tarde desta quarta-feira (7), o plenário do Senado rejeitou por 36 votos contra, 31 a favor e uma abstenção, a recondução de Bernardo Figueiredo ao cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Figueiredo foi indicado para permanecer à frente da Agência pela presidente Dilma.

A não recondução de Bernardo Figueiredo foi um duro recado da base aliada, que anda insatisfeita com o Palácio do Planalto. O PMDB, maior partido da base, vem emitindo seguidos sinais dessa insatisfação. O Planalto tinha conhecimento que a votação seria apertada.

De acordo com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o mesmo nome não pode ser indicado duas vezes. Por conta disso, a presidente terá de indicar outra pessoa de sua confiança para passar pelo crivo dos senadores. “Foi uma posição política de pessoas não satisfeitas. Tem insatisfação em todos os partidos. […] Temos que entender o recado e levar ao governo. Temos que aprofundar as relações políticas e acabar com os problemas”, declarou Jucá após a derrota do governo.

A ANTT é a agência reguladora responsável pelo acompanhamento da prestação de serviços no transporte ferroviário e na infraestrutura rodoviária, além de cuidar do transporte rodoviário de passageiros e cargas. À frente da ANTT desde julho de 2008, Bernardo Figueiredo foi indicado para o cargo pelo então presidente Luiz Inácio da Silva. Em virtude do fim do mandato de Figueiredo, em 17 de fevereiro passado, a Agência está sob o comando do diretor interino Ivo Borges.

Na oposição a derrota do governo foi alvo de muitos comentários. Para o senador Mário Couto (PSDB-PA), “a pátria pretende que, entre os homens públicos, só os dignos merecem ser reconduzidos a cargos públicos tão importantes”.
Senador pelo PSDB do Paraná, Alvaro Dias disse que a não recondução de Bernardo Figueiredo ao cargo “foi uma soma de insatisfação e um apelo grande contra irregularidades”.

“A derrota é um apelo forte contra irregularidades constatadas pelo TCU e uma insatisfação centrada no PMDB. Reconduzir o senhor Bernardo seria um prêmio à incompetência. Não há razões para comemorar. Há muito tempo combatemos o aparelhamento das agências reguladoras”, declarou o senador tucano.