Substituto de Ricardo Teixeira na CBF, Marin terá de enfrentar a ingerência palaciana e a briga nos bastidores

Reticências nefastas – A renúncia de Ricardo Teixeira à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) levou o paulista José Maria Marin, vice-presidente da entidade para a região Sudeste e ex-governador de São Paulo, ao cargo, mas a mudança não significa que o futuro será de calmaria. Com mandato a cumprir até 2015, Marin terá de enfrentar uma acirrada disputa pelo poder, pois em disputa está a realização da Copa do Mundo de 2014, evento que se transforma em principal vitrine planetária durante pelo menos um mês.

Enquanto José Maria Marin, que chegou à CBF por indicação de Marco Polo del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol, aposta que completará mandato, alguns cartolas já se movimentam para patrocinar uma rebelião na entidade. É preciso estar atento à movimentação, pois muitos dos postulantes ao cargo têm ligações políticas, as quais são atalhos camuflados para o Palácio do Planalto.

Desde que chegou ao poder central até a saída de Ricardo Teixeira, a presidente Dilma Vana Rousseff manteve relações ácidas com o outrora comandante da CBF. Com a crise política preocupando o Palácio do Planalto, principalmente pelo comportamento revoltoso dos peemedebistas, não causará surpresa se os palacianos patrocinarem, mesmo que nos bastidores, a chegada de Fernando Sarney ao comando da CBF. Filho do presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney (PMDB-AP), o enrolado empresário Fernando Sarney é vice-presidente da CBF para a região Norte.

Engana-se quem pensa que a saída de Ricardo Teixeira transformará a CBF em um monastério. Há muito sem depender de verbas da Loteria Esportiva, a CBF é uma entidade privada, condição que lhe deixa longe das garras de qualquer fiscalização oficial. Mesmo assim, ingerência política não é o que falta por lá. O melhor a se fazer é esperar pelos próximos capítulos, pois a guerra está apenas começando.