Governo se acovarda, ignora compromisso assumido com a FIFA e muda o texto da Lei Geral da Copa

Coragem zero – Que os atuais ocupantes do Palácio do Planalto estão cada vez mais perdidos todos sabem, mas com a conivência da chamada base aliada o descontrole torna-se ainda maior. Na última sexta-feira (16), o governo brasileiro garantiu ao presidente da FIFA, Joseph Blatter, que todos os compromissos assumidos pelo País em relação à Copa do Mundo de 2014 seriam cumpridos à risca. Um desses compromissos é a liberação de venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante a competição, item que até horas atrás constava do projeto da Lei Geral da Copa.

Temendo uma nova derrota no Congresso, a presidente Dilma Rousseff acionou seus assessores para criar um atalho na Lei Geral da Copa e garantir sua aprovação. Após reunião com parlamentares, o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), informou que será suprimido do texto do relator, deputado Vicente Cândido (PT-SP), artigo que libera expressamente a venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante o Mundial de futebol.

O texto defendido pela base aliada é o original enviado pelo Executivo ao Congresso, que não libera e nem proíbe a venda de bebida, mas somente exclui artigo do Estatuto do Torcedor que veda o porte de álcool nos estádios. Ou seja, caberá à FIFA negociar com os doze estados que sediarão jogos da Copa a liberação da venda de bebidas nas arenas esportivas.

“Vai prevalecer o texto original e vamos retirar com uma emenda o artigo do relator que libera as bebidas. Segundo o governo, isso já preserva o acordo com a FIFA”, declarou Henrique Eduardo Alves.

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que defendeu o cumprimento dos compromissos assumidos com a FIFA, afirmou que tanto o texto de Vicente Cândido quanto o original enviado pelo Executivo contemplam tal objetivo. “As garantias foram oferecidas pelo governo brasileiro, mas os governadores dos estados que vão sediar também assinaram essas garantias. A interpretação do governo é de que os compromissos estão contemplados no projeto original”, afirmou Rebelo.

Líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto destacou que os estados que receberão jogos da Copa serão obrigados a revogar leis que proíbem venda de álcool nos estádios, uma vez que são co-signatários dos compromissos assumidos com a entidade futebolística. “Sete estados brasileiros proíbem hoje venda de álcool. Isso agora é problema dos estados. Todos os governadores concordaram em aceitar essa garantia quando se candidataram a sediar a Copa”, declarou o petista.

No vácuo da manobra que evitou uma nova derrota no parlamento, o governo da petista Dilma Rousseff deixou à mostra o grau de covardia e a falta de coragem que dominam as coxias palacianas. Um governo sem pulso só pode temer a rebeldia que brota do fisiologismo político.