Quitação de dívida do PT com o Banco Rural mostra que o partido descobriu o milagre da multiplicação

Calculadora modesta – No último dia 2 de março, os advogados do petista José Genoíno, acusado de participar do escândalo que ficou nacionalmente conhecido como “Mensalão do PT”, protocolaram no Supremo Tribunal Federal, onde corre o respectivo processo, documento em que o ex-deputado afirma ter o PT quitado a dívida contraída junto ao Banco Rural, também denunciado.

De acordo com o documento, que também teve como signatário Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, classifica como lícito o empréstimo de R$ 75 milhões contraído em março de 2002, sendo que o dinheiro foi utilizado para saldar dívidas de campanha de aliados.

Atualizando o valor original do empréstimo pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna), a dívida do PT junto ao Banco Rural saltou para impressionantes R$ 163.112.313,29. Considerando que em qualquer parte do planeta instituições bancárias não podem ser confundidas com instituições de caridade, o valor corrigido da dívida com juros pula para assustadores R$ 177.496.820.848,50.

Não é novidade que política no Brasil é um negócio próspero e milionário, mas merece o carimbo de “impagável” a dívida atualizada do PT, que de acordo com Genoino e Delúbio foi integralmente quitada.

O PT, assim como Banco Rural, tem o dever de explicar à sociedade como funciona esse milagre da multiplicação, pois um reles documento protocolado no STF é insuficiente para provar a lisura da operação.

É importante destacar que por ocasião da CPI dos Correios, o marqueteiro Duda Mendonça, mesmo pressionado por alguns petistas, afirmou ter recebido parte dos honorários da campanha de Lula da Silva em conta bancária no exterior, registrada em nome da offshore Düsseldorf. Apenas para lembrar, uma campanha presidencial com chances de sucesso, no Brasil, não sai por menos de US$ 300 milhões.