Dilma promete defender a indústria, mas não fala em reduzir a absurda carga tributária e o custo Brasil

Conversa mole – Sob o manto do Partido dos Trabalhadores o Brasil está se notabilizando por instalar a tranca depois da porta arrombada. Na tarde desta quinta-feira (22), em Brasília, a presidente Dilma Rousseff reuniu-se com empresários de diversos segmentos e prometeu medidas para defender a indústria nacional.

De acordo com declarações de alguns participantes do encontro, a expectativa é que o conjunto de medidas, a cargo do ministro Guido Mantega (Fazenda), esteja pronto até o final da próxima semana, quando a presidente retorna da viagem a Nova Déli, na Índia, onde participará de reunião dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Entre as medidas prometidas está a desoneração da folha de pagamento para setores da indústria.

A desoneração da folha de pagamento já foi usada anteriormente pelo governo federal para atenuar o calvário enfrentado por alguns setores da economia, mas para determinados segmentos a benesse não foi aceita porque o benefício era quase inexistente.

Um dos pontos da agenda empresarial foi a reclamação de que a valorização do Real patrocina uma invasão de produtos importados no País. De acordo com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, a presidente Dilma “determinou ao ministro que elabore medidas com foco de compensar o roubo de competitividade e pretende anunciar as medidas quando voltar da Índia”. A empresária Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza, “ela [Dilma] não vai proteger, mas vai defender”.

O discurso palaciano de defesa do setor produtivo nacional torna-se inócuo quando o próprio governo aposta na redução das taxas de juro, como forma de incentivar o consumo, mas insiste em manter nas alturas a absurda carga tributária.

Há dias, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) abriu investigação para adotar salvaguarda aos vinhos nacionais, após acolher pleito de entidades que representam o setor, que usaram como justificativa o aumento da participação de produtos importados no mercado interno. Fosse verdadeira essa suposta bondade oficial, as autoridades deveriam centrar esforços para reduzir a carga de impostos que incide sobre os vinhos brasileiros, atualmente na casa dos 55%.

Experientes, até porque a indústria não aceita tolos, os empresários mais uma vez acreditaram nas promessas de um governo pífio, que continua abusando do ufanismo para esconder a dura realidade. Como disse o então presidente Luiz Inácio da Silva, inventor da candidata Dilma Rousseff, “nunca antes na história deste país”.