Minuto de silêncio – Morreu nesta sexta-feira (23), aos 80 anos, o humorista Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, o Chico Anysio. Natural de Maranguape, no interior do Ceará, Chico estava internado no Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio, desde dezembro passado. Ao longo da carreira, que teve início nos anos 50, Chico Anysio criou mais de duzentos personagens e foi um dos ícones do humorismo nacional. Com contrato com a Rede Globo até o final deste ano, Chico trabalhou nas rádios Guanabara, Mayrink Veiga, Clube de Pernambuco e Clube do Brasil, além de atuar com destaque na televisão, cinema e teatro.
Pai de oito filhos, Chico teve agravamento do quadro de saúde na quarta-feira (21), com complicações respiratórias e renais, o que levou os médicos a classificarem como críticas suas condições na tarde de quinta-feira. A internação se deu em 22 de dezembro, sendo que o problema foi controlado, mas uma infecção pulmonar obrigou o humorista a voltar ao hospital.
Na Rede Globo criou os humorísticos de maior sucesso da carreira, como, por exemplo, “Chico City” (1973-1980), “Chico Total” (1981 e 1996) e “Chico Anysio Show” (1982-1990). Entre os personagens que encarnou, merecem destaque o canastrão Alberto Roberto, o avarento Gastão Franco, o coronel Pantaleão, o pai-de-santo Véio Zuza, o velhinho intransigente Popó, o bebum Tavares e sua mulher Biscoito (Zezé Macedo), o empregado global Bozó, o garanhão Nazareno, o corrupto Justo Veríssimo, pai-de-santo baiano Painho, a questionadora Salomé, entre tantos outros.
Chico Anysio revelou talentos como Claudia Rodrigues, Claudia Gimenez e Tom Cavalcante, todos com passagem pelo humorístico “Escolinha do Professor Raimundo”.
Em novembro de 2009, Chico Anysio foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural, a mais alta comenda do governo brasileiro na área. Fumante durante décadas, o humorista dizia que da vida levaria apenas um arrependimento: “Me arrependo enormemente de ter fumado durante 40 anos.”
