Dilma força BB e Caixa a reduzirem taxas de juro, o que não garante expansão do consumo interno

Efeito placebo – De novo o Palácio do Planalto aposta todas as fichas no consumo interno para minimizar os efeitos da crise internacional, desta vez a que chacoalha a União Europeia. Depois de anunciar um pacote de medidas de incentivo à indústria – duramente criticado por analistas, empresários e trabalhadores –, a presidente Dilma Vana Rousseff pressionou o Banco do Brasil a reduzir as taxas de juro, o que foi seguido pela Caixa Econômica Federal.

A medida não levou em conta os acionistas minoritários do Banco do Brasil, cujos investimentos foram corroídos com a queda das ações na Bolsa de Valores. A decisão da presidente, rabiscada pelas autoridades econômicas do governo, tem como objetivo forçar o consumo, o que em tese aquecerá a indústria em um segundo momento. E os palacianos acreditam que os bancos privados seguirão a postura das instituições financeiras oficiais.

A redução das taxas de juro não significa obrigatoriamente expansão de crédito, que poderia representar uma garantia para a aceleração do consumo. Ainda administrando as conseqüências do consumismo incentivado por Luiz Inácio da Silva, o setor financeiro está mais cauteloso em relação à concessão de crédito. Quando Lula, no final de 2008, pediu aos brasileiros para que mantivessem em níveis elevados o consumo interno, como forma de enfraquecer os efeitos da crise que surgiu a partir do “subprime” norte-americano, o ucho.info alertou para o perigo do endividamento recorde das famílias e a disparada da inadimplência.

Como os efeitos desse movimento de consumo são retardados, o mercado financeiro agora dá sinais de que o endividamento e a inadimplência devem comprometer o crescimento do PIB em 2012. Ou seja, mais uma vez o Planalto dá provas de que o plano de incentivo à indústria é apenas pirotécnico.