Inflação voltou com força e obriga o consumidor a driblar preços e a buscar alternativas escassas

Fantasma da economia – Sem que nenhum petista ouse falar sobre a herança maldita deixada por Luiz Inácio da Silva, o governo federal continua perdendo a guerra para a inflação. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,56% em março, contra elevação de 0,07% em fevereiro. Usado como referência para correções de preços e valores contratuais, o IGP-DI é o indexador das dívidas dos Estados com a União. O índice também é diretamente empregado no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) e das contas nacionais em geral.

Os dados do IGP-DI, divulgados nesta segunda-feira (9), mostram que os discursos palacianos que tratam de estabilidade econômica são ufanistas. Independentemente dos índices oficiais e do palavrório das autoridades, o custo de vida disparou nas principais cidades brasileiras. Na maior delas, São Paulo, não há quem deixe de reclamar da alta de preços de produtos e serviços. Sobreviver na capital paulista está cada vez mais difícil.

Na seara dos alimentos, a inflação se apresenta de duas formas. A primeira delas através do aumento de preço puro e simples. O consumidor vai ao supermercado disposto a gastar determinado valor, mas no caixa acaba descobrindo que a previsão foi extrapolada. A segunda forma é surge por meio da queda de qualidade dos produtos. Com medo de perder a fatia de mercado conquistada ao longo dos anos, o fabricante opta por reduzir a qualidade de seus produtos, sem que o consumidor perceba a manobra imediatamente. É o caso do papel higiênico, por exemplo. Não faz muito tempo, os fabricantes decidiram diminuir o comprimento dos rolos de papel higiênico. Diante da chiadeira, retomaram o comprimento anterior (50 metros), mas diminuíram sensivelmente a espessura do papel. E nessa mesma toada seguem outros tantos produtos.

Para se ter ideia da nocividade da inflação, que aumenta potencialmente quando combinada com o oportunismo de alguns, entregar um automóvel para manobristas de bares e restaurantes custava até bem pouco tempo R$ 10. Não demorou muito para que o preço subisse discretamente para R$ 12. Em seguida pulou para R$ 15, depois para R$ 18 e agora está em R$ 20. Em muitos casos, os veículos são estacionados em ruas e avenidas, nas cercanias dos estabelecimentos, sem qualquer tipo de proteção contra roubos ou danos.

Quando um incauto qualquer decide se render à ação dos nefastos e criminosos “flanelinhas”, a situação fica ainda pior. Há dias, nos dias em que o roqueiro Roger Waters, ex-vocalista do Pink Floyd, se apresentou em São Paulo, estacionar o carro nas imediações do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, custava R$ 150.