Hora da verdade – A suposta competência que a presidente Dilma Rousseff vislumbrou na companheira Ideli Salvatti, ministra da Secretaria de Relações Institucionais, será testada nos próximos dias. Desde que chegou ao Palácio do Planalto, Ideli tem dado provas seguidas e inequívocas de que sua vocação para lidar com parlamentares é nula.
Sempre a bordo de soberba e truculência, a ministra responsável pela articulação política do governo tem pela frente dois consideráveis desafios. O primeiro deles é explicar aos deputados da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle o escândalo envolvendo a compra, pelo Ministério da Pesca, de 28 lanchas-patrulha da empresa Intech Boating, cujo dono doou R$ 150 mil ao PT de Santa Catarina, reduto político da ministra. O PT já apresentou o aloprado escolhido para assumir a culpa pelo imbróglio, Karim Bacha, mas a oposição não se convenceu.
O segundo desafio será convencer os integrantes da futura CPMI do Carlinhos Cachoeira a não convocar o petista goiano Olavo Noleto para falar sobre o sue suposto envolvimento com Wladimir Garcez, considerado o “número dois” na estrutura criminosa comandada pelo bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Noleto chegou ao Palácio do Planalto em 2003, onde trabalho na Casa Civil, juntamente com o então ministro-chefe José Dirceu e Valdomiro Diniz, que ao lado de Cachoeira protagonizou o primeiro escândalo da era Lula.
Subordinado à ministra Ideli Salvatti, o assessor Noleto cogitou a possibilidade de pedir demissão do cargo por causa das denúncias, mas pessoas próximas à presidente Dilma o fizeram desistir da ideia na terça-feira (10).