Circo armado – Com a possibilidade cada vez maior de políticos ligados ao governo estarem na teia de relacionamento de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a CPMI que será criada para investigar o contraventor goiano pode acabar em nada, servindo apenas como ferramenta eleitoral para que o PT, principalmente, promova o sangramento da oposição até as eleições municipais.
O outro objetivo da CPMI é promover uma cortina de fumaça que envolva o caso do “Mensalão do PT”, o maior esquema de corrupção da história política nacional, cujo julgamento no Supremo Tribunal Federal está previsto para acontecer ainda em 2012. De igual modo, a Comissão seria uma forma de os denunciados no escândalo se vingarem dos oposicionistas de agora, responsáveis pelas investigações que culminaram no processo que ora está sob a tutela do Supremo.
A politização da CPI já pode ser notada, de forma antecipada, nas declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), que criticou a decisão do STF de negar ao Senado acesso aos documentos da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que resultou na prisão de Cachoeira, além de escancarar os contatos políticos do empresário da jogatina. A negativa do Supremo se deve ao fato de o processo que investiga o senador Demóstenes Torres (sem partido – GO) ser sigiloso e estar sob segredo de Justiça.
“Eu não acho que seja razoável por parte do Supremo negar (os documentos). Boa parte das informações é pública. Agora vir dizer que são sigilosas, me parece uma situação complexa”, afirmou Maia. “Se as informações são sigilosas, por que chegaram à imprensa? Elas saíram do Ministério Público, do Judiciário, da Polícia Federal e não podem ser entregue ao parlamento. Isso gera dúvidas quanto ao critério que está sendo usado”, questionou. “Não vamos receber muito bem uma informação (do Supremo) com esse conteúdo, com esse grau de decisão (negativa)”, afirmou Marco Maia.
No momento em que os nomes de petistas e aliados começarem a surgir nas investigações, a base aliada tratará de fazer com que a CPI caminhe de lado, não produzindo qualquer resultado efetivo. Enquanto isso não acontece, o dinheiro público será gasto para financiar a Comissão e assuntos de interesse do País ficarão na fila de espera.