PPS cobra do Planalto detalhes da ligação entre assessor palaciano e “número dois” de Cachoeira

Mínimos detalhes – O líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno, cobrará oficialmente do Palácio do Planalto detalhes da ligação do subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), o petista goiano Olavo Noleto, com Wladimir Garcez, ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia e “número dois” do esquema do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

No requerimento de informações a ser enviado à chefe de Noleto, a ministra Ideli Salvatti, o parlamentar cobrará o dia exato da ligação telefônica, o horário e de que aparelho se deu o contato com Garcez, preso com Cachoeira durante a operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

“As informações são necessárias já que o próprio ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, confirmou ao jornal O Globo que Noleto conversou com Garcez sobre de um possível apoio do senador Demóstenes Torres à candidatura de Dilma Rousseff, em 2010. Na prática, um assessor direto do Planalto recorreu a um bicheiro para reforçar a campanha do PT. Vejam só, é o jogo do bicho discutindo os rumos da campanha de Dilma”, ressaltou o líder do PPS, completando que o mesmo jornal informa que a ligação se deu por meio de um telefone funcional da Presidência da República.

Rubens Bueno ressalta ainda que, se o contato se deu no horário do expediente, por exemplo, trata-se de uso da estrutura do Planalto em favor da campanha de Dilma. “Isso configuraria, no mínimo, uma transgressão do Código de Ética do Servidor Público”, alerta o líder do PPS.

Para Rubens Bueno, o caso não é página virada, como afirmou Gilberto Carvalho. “Esse é um exemplo flagrante do uso da máquina do governo a favor da candidata oficial. Mas, como estamos tratando de uma pessoa (Garcez) com envolvimento com a contravenção, o caso pode ser ainda mais complexo”, avalia o parlamentar.

Noleto entrou no governo federal em janeiro de 2003, com a eleição de Lula à Presidência da República. Na época, trabalhou com o então ministro José Dirceu. Em 2006, se licenciou para disputar uma vaga de deputado pelo PT de Goiás. Como não se elegeu, voltou para o Palácio do Planalto e, em 2009, assumiu o cargo de subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais. De acordo com o Portal da Transparência, sua jornada de trabalho no cargo comissionado é de 40 horas semanais.