Ringue da polêmica – Justamente em época de MMA em alta, a Câmara dos Deputados debaterá em audiência pública, na próxima semana, um projeto de lei que quer tirar da televisão brasileira a transmissão de lutas marciais. Por mais que pareça uma resposta à atual popularização do UFC, que tem fortes representantes brasileiros e ganhou até um reality show exibido pela Globo, o PL 5534/2009 foi proposto por José Mentor (PT-SP) há três anos.
O debate acontecerá por sugestão dos deputados petistas Sibá Machado (AC) e Emiliano José (BA). Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, Sibá explicou que não querem ver a TV incentivando a violência, mas é preciso ouvir a opinião pública primeiro. O lutador Anderson Silva, o diretor de esportes da Rede Globo, Marcelo Pinto, e o diretor do Canal Combate, Pedro Garcia, foram convidados, assim como outros, mas ainda não confirmaram presença.
O texto sugere proibir exibições de lutas “não olímpicas” tanto em canais abertos quanto fechados, porém, garante que lutas marciais consideradas não violentas, mesmo que estejam fora de jogos olímpicos, estão livres – desde que antes sejam aprovadas pelo Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana.
O canal que descumprir as regras ficará sujeito a multa de R$ 150 mil. Em caso de reincidência, a punição é dobrada e, se ocorrer mais uma vez, perde-se a concessão pública.
A proposta foi feita, segundo Mentor, “tendo em vista a banalização da violência nos canais da televisão brasileira, chegando ao cúmulo de transmitir violentas lutas até mesmo em horários comuns às crianças e adolescentes”. “Em alguns programas, transmitem lutas que chegam a levar à lesão permanente, ou até mesmo, à morte em determinados combates de campeonatos internacionais ou nacionais.”