Sem querer fazer a “lição de casa”, Dilma volta a criticar a política monetária dos emergentes

Vitrola quebrada – Dias após criticar, durante vista à Casa Branca, a política de expansão monetária adotada pelos países desenvolvidos, em especial os da zona do euro, como forma de contornar a crise econômica global, a presidente Dilma Rousseff repetiu a cantilena na Cúpula das Américas, que aconteceu na cidade de Cartagena das Índias, na Colômbia.

Durante encontro com os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Colômbia, Juan Manuel Santos, a petista Dilma disse que tal política é uma forma de protecionismo e um obstáculo ao comércio de bens e serviços dos países emergentes.

“A política monetária expansionista, sozinha, ela contém um fator de protecionismo que se caracteriza pelo fato de que essas moedas, quando elas não têm para onde ir, elas vão para aqueles mercados que são vistos como mais estáveis”, disse Dilma Rousseff, defendendo a adoção de um mecanismo de defesa por parte dos emergentes. “É claro que nós temos de tomar medidas para nos defender – veja bem, eu usei a palavra defender e não proteger. Defender é diferente de proteger. A defesa significa que nós vamos ter de perceber que nós não podemos deixar que nossos setores manufatureiros sejam canibalizados”, completou.

Obama, por sua vez, destacou um crescimento de 46% do comércio entre os Estados Unidos e os países da América Latina e do Caribe. “Nunca estivemos tão entusiasmados em trabalhar com nossos irmãos da América Latina”, afirmou o presidente norte-americano.

Qualquer chefe de Estado tem a obrigação primeira de zelar pela economia do seu país, algo que deve ser feito sem afetar outras nações. Se Dilma alega que nas questões de violação dos direitos humanos, como em Cuba, por exemplo, o governo brasileiro não tem o direito de interferir em questões internas de outros países, o mesmo se aplicas às práticas econômicas, desde que não sejam predatórias, assunto que tem organismos específicos para ser discutido.

Em termos de políticas predatórias, Dilma deveria cobrar da China um comportamento comercial mais justo, pois a economia brasileira vem sofrendo com a enxurrada de produtos produzidos no país asiático. Não faz muito tempo, o então presidente Luiz Inácio da Silva disse ser a China uma economia de mercado, o que a extensa maioria sabe que se trata de uma inverdade.

O que governo brasileiro deveria fazer, mas não faz, é promover um ajuste fiscal no País e investir na infraestrutura na mesma proporção das promessas que emolduram o Plano de Aceleração do Crescimento, o sempre lento PAC.

Há quase dezesseis meses no Palácio do Planalto, Dilma não sabe como administrar a maldição da herança que recebeu de seu antecessor, o messiânico e ufanista Lula, que vendeu aos brasileiros e ao planeta uma bolha de virtuosismo que começa a estourar. A resistência da inflação, que longe dos índices oficiais chega a ser assustadora, é um dos principais entraves da economia verde-loura.