Que fique claro – Quando a presidente Dilma Rousseff e o ministro Guido Mantega, da Fazenda, decidiram há dias que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal reduziriam as taxas de juro nas operações de crédito, a aposta era que os bancos privados seguissem o mesmo caminho.
Inicialmente os bancos tentaram uma negociação com Guido Mantega para reduzir a carga tributária do setor, mas diante da negativa pouco a pouco as instituições aderiram à ideia. No caso do BB e da Caixa a possibilidade de risco não assusta seus administradores, que cumprem ordens do Palácio do Planalto, pois eventuais prejuízos serão socializados, já que ambos os bancos são estatais.
Em relação aos bancos privados, a decisão para aderir a redução das taxas de juro demorou um pouco mais por motivos pontuais. O primeiro deles é que os analistas dos bancos queriam ter certeza de que o Comitê de Política Monetária (Copom) de fato promoveria um novo corte na taxa básica de juro (Selic), decisão que deve ser anunciada nas próximas horas. O segundo motivo foi a definição dos setores de financiamento e crédito que seriam beneficiados com a redução das taxas.
Considerando que o mercado financeiro não é uma casa de caridade, os bancos privados anunciaram redução de taxas para dois segmentos específicos: financiamento de automóveis e crédito consignado. No primeiro o bem financiado pode ser retomado pelo banco em caso de não pagamento. No segundo caso, o empréstimo com desconto em folha não tem risco algum. Fora isso, os bancos sempre se valem de seguros que garantem em patamares pré-estabelecidos a lucratividade das operações de crédito.