Copom reduz taxa básica de juro em 0,75 ponto, mas recebe críticas de vários setores

Faca amolada – Confirmando as previsões do mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou nesta quarta-feira (18) corte de 0,75 ponto porcentual na taxa básica de juro da economia, a Selic, que passa a valer 9% ao ano. A ata com os motivos que levaram o BC a optar por tal redução da Selic será divulgada na quinta-feira (26).

Em comunicado distribuído à imprensa e ao mercado financeiro, o Copom “considera que, neste momento, permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação. O Comitê nota ainda que, até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária. Diante disso, dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 9,00% a.a., sem viés.”

Presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp), Paulo Skaf declarou que a queda nas taxas de juro precisa chegar também e aos tomadores finais. Skaf lembrou que os ganhos de eficiência e escala, conquistados pelos bancos com o crescimento do mercado de crédito, não se refletiram na oferta de financiamentos mais baratos.

Em janeiro de 2004, lembrou Paulo Skaf, o crédito total da economia era equivalente a 24,3% do PIB e atualmente esse nível está em 48,8%. Além disso, destacou o presidente da Fiesp, a redução do Risco Brasil também oferece margem para a queda dos juros. “O Banco Central vem baixando os juros há seis meses. Nesse contexto, os bancos devem baixar a taxa de juros para as pessoas físicas e jurídicas. É preciso estimular o crédito para sustentar o crescimento econômico e a geração de empregos no Brasil”, afirmou Skaf.

Já o presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah, declarou que “o governo mantém a redução dos juros de acordo com as expectativas dos trabalhadores e das empresas que investem na produção. Mas infelizmente anda a passos de tartaruga quando se exige mais determinação e coragem para chegarmos a taxas decentes de juros e que acelerem a produção e a expansão na oferta de emprego”.