Chuva forte transforma São Paulo em reduto do caos e mostra a inviabilidade da cidade para a Copa

Sem saída – Quando, em outubro de 2007, o ucho.info afirmou que o Brasil não tinha – e ainda não tem – condições de abrigar um evento da magnitude da Copa do Mundo, o então presidente Lula disse que torcíamos contra o País. Não, em hipótese alguma torcemos contra o Brasil, mas apenas cumprimos o dever de informar a verdade aos brasileiros, sem os rapapés que a imprensa submissa impõe aos cidadãos.

Quase cinco anos se passaram daquela nossa afirmação, mas a situação continua idêntica, se é que não evoluiu para pior. Imaginar que uma cidade complexa como São Paulo pode se preparar para a Copa apenas com discursos evasivos em um estádio distante é passar recibo de irresponsabilidade.

Maior cidade brasileira, São Paulo está diuturnamente à beira do colapso. Uma chuva mais forte como a que despencou no final da quinta-feira faz com que a capital dos paulistas se transforme no avesso do avesso, como cantou Caetano Veloso em “Sampa”. Passado o temporal, dezenas de semáforos da cidade entraram em colapso, repetindo o que acontece há anos.

A situação tornou-se ainda pior porque os paulistanos saíram às ruas na quinta-feira para se preparar para o feriado prolongado do Dia do Trabalho. Quem estava no Aeroporto de Congonhas, um dos mais movimentados do País, sentiu de perto o que significa despreparo. Por causa da forte chuva, muitos voos foram cancelados e desviados. Quem deveria voar acabou ficando em terra.

Apensar do transtorno, esse tipo de situação faz parte do negócio chamado aviação. As companhias aéreas tentaram acomodar os passageiros que não puderam viajar, mas isso foi impossível porque não havia vaga nos hotéis. A explicação dada é que a Indy 300, prova de automobilismo que acontecerá no domingo (29) no Anhembi, trouxe à cidade muitos turistas. Sempre lembrando que a Fórmula Indy não é uma categoria tão difundida no Brasil.

Quando chegar a vez da Copa do Mundo, São Paulo tornar-se-á ainda mais inviável. Entre os discursos ufanistas de 2007 até agora, nada foi feito. E não será em menos de dois anos que ocorrerá a extinção do caos. Até porque, milagres têm um limite de eficácia.