Envolvimento de políticos de vários partidos com Carlinhos Cachoeira reduz a chance de punição da CPI

Final conhecido – A primeira reunião de trabalho da CPI do Cachoeira acontece nesta quarta-feira (2) e deve ser uma batalha entre governistas e oposição. Após o recebimento do inquérito enviado pelo STF, a Comissão será palco de uma queda de braço entre os integrantes para decidir quem será intimado para prestar depoimentos. O que se sabe é que, com a anuência da oposição, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), dará explicações sobre seu possível envolvimento com o contraventor goiano Carlinhos Cachoeira.

Acontece que desde a eclosão do escândalo, mais dois governadores foram arrastados para o olho do furacão: o petista Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, e o peemedebista Sérgio Cabral Filho, do Rio de Janeiro. A situação que tornou-se mais complicada nos últimos dias é a de Sérgio Cabral, pois fotos e vídeos mostram o governador fluminense e secretários estaduais em viagens internacionais de luxo, ao lado do empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, que na opinião da Polícia Federal é sócio de Cachoeira em negócios escusos.

A base aliada, em especial o PMDB, certamente fará o possível para evitar a convocação de Sérgio Cabral, mas as imagens falam por si só. E por causa disso a convocação do governador do Rio beira o inevitável.

Como o espectro da CPI do Cachoeira vem se alargando com o passar dos dias, o número de envolvidos no escândalo cresce de forma sequencial, o que mostra que o contraventor não tinha ideologia política, mas sede por negócios ilegais. Acontece que quanto mais políticos de vários partidos envolvidos no esquema criminoso, menores são as chances de a Comissão produzir um resultado que satisfaça o anseio popular. Ou seja, a CPI do Cachoeira está mais para pizza do que para banquete em que cabeças serão servidas em bandeja.