Sem encaixe – Deixando de lado os atrasados, a Receita Federal recebeu ao todo, até o último dia 30 de abril, segunda-feira, 25,2 milhões de declarações do Imposto de Renda referente ao exercício de 2011. Considerando o contingente populacional do País, que é de 190,7 milhões de pessoas, de acordo com o censo de 2010, apenas 13,21% da população recebeu no ano passado acima de R$ 23.499,15, limite de isenção estabelecido pela Receita.
Isso mostra que, diferentemente do slogan do governo Lula, que ficou oito anos no poder central, o Brasil está muito longe de ser um país de todos. Fora isso, esses números mostram que grande parte da população brasileira recebe menos de R$ 2 mil mensais, o que representa pouco 3,6 salários mínimos, tendo como base o valor vigente em 2011.
Com a resistência da inflação e o governo federal insistindo em não fazer a lição de casa que lhe cabe, pensar em estímulo ao consumo interno com números tão desanimadores é abusar do ufanismo. Agora no poder, os petistas sempre discursam enaltecendo o avanço do salário do trabalhador, mas é importante lembrar que para o Dieese o mínimo ideal é de R$ 2.349,26. Ou seja, de acordo com o órgão que sempre foi incensado pelo PT nos tempos de oposição, boa parte da população economicamente ativa recebe menos do que o ideal.
Como disse certa feita o então presidente Luiz Inácio da Silva, “nunca antes na história deste país”. O mais estranho é que desde que Lula se mudou do Palácio do Planalto, nenhum companheiro ousou criticar a herança maldita deixada pelo ex-metalúrgico.
