PPS defende convocação dos governadores Sérgio Cabral, Agnelo Queiroz e Marconi Perillo

(Foto: Governo do RJ)
Pressão total – Líder do PPS na Câmara, o deputado federal Rubens Bueno (PR) defendeu nesta quinta-feira (3) a convocação, pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, dos governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) para que esclareçam as relações de seus governos com o contraventor Carlos Augusto Ramos e com a Delta Construções, de propriedade do empresário Fernando Cavendish.

“Nossa posição é simples: investigar tudo e todos. Não há porque a CPMI fazer cordão de isolamento para proteger esse ou aquele. Como ocupantes de cargos públicos, Agnelo, Cabral e Perillo precisam se explicar e a CPMI é o local ideal para isso. Essa posição vale também para outros governadores, políticos, ministros e demais autoridades que vierem a ser citadas na investigação”, cobra Bueno, que é membro titular da CPMI.

No plano de trabalho inicial aprovado pela comissão na quarta-feira (2), elaborado pelo relator Odair Cunha (PT-MG), não há previsão de depoimento dos governadores. No entanto, requerimentos nesse sentido podem ser aprovados nas próximas reuniões. “Vamos defender as convocações. Acredito que os parlamentares que desejam realmente uma investigação para valer não vão se opor a isso. Além dos governadores, também é essencial a CPI ouvir o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta”, ressaltou o líder do PPS.

Gravações feitas pela Polícia Federal mostram que integrantes da organização criminosa comandada por Carlinhos Cachoeira tinham acesso a vários escalões dos governos de Goiás e do Distrito Federal. Nas conversas há elementos que apontam para tráfico de influência, manipulação de contratos, entre outras ilegalidades.

No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, chama atenção a influência do presidente da Delta junto a Sérgio Cabral. Desde a última semana, a imprensa vem divulgando uma série de fotos de viagens de confraternização entre o governador, o empresário Cavendish, secretários de governo e familiares. Os dois circularam juntos por Paris e Mônaco. A Delta, que segundo a Polícia Federal irrigava com dinheiro a organização de Cachoeira, é uma das principais prestadoras de serviços do governo do estado do Rio de Janeiro, com contratos que chegam a quase R$ 1 bilhão.