Rico dinheirinho – Samy Dana, professor de finanças da Escola de Economia da FGV, e Miguel Bandeira, graduando em Economia pela EESP e Consultor e Conselheiro da CJE-FGV (Consultoria Júnior em Economia), analisam de forma comparativa a rentabilidade da Caderneta de Poupança, do Certificado de Depósito Bancário (CDB) e do Tesouro Direto.
Poupança Antiga
Remunera mensalmente 0,5% mais a Taxa Referencial (TR). A TR é calculada com base na Taxa Básica Financeira que é a média diária das taxas de juros praticadas nas operações de CDB (Certificado de Depósito Bancário) e RDB (Recibo de Depósito Bancário) dos 30 maiores bancos. Para o cálculo da TBF excluem-se as duas maiores e as duas menores taxas de juros. Para obter a TR aplica-se um redutor sobre a TBF, cujo objetivo é descontar a parte da remuneração equivalente à parte real dos juros. A TR varia mensalmente, normalmente entre 0,04% e 0,1%. Como base, supusemos uma TR média no período de 0,02%, mas o usuário pode alterar essa taxa conforme a sua previsão.
A poupança possui duas vantagens. A primeira e principal vantagem é que, ao contrário dos rendimentos auferidos de aplicações em CDB ou Tesouro Direto, os rendimentos da poupança são isentos de tributação. A segunda vantagem da poupança é que aplicações até 70 mil reais são garantidas pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), ou seja, se a instituição na qual a pessoa tem a sua poupança quebrar o FGC garante que a pessoa receberá até 70 mil reais.
“Nova” Poupança
Remunera mensalmente 0,5% mais a Taxa Referencial (TR) quando a Selic for maior que 8,5% a.a e remunera mensalmente 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR) para taxa Selic menor ou igual a 8,5% a.a
Certificado de Depósito Bancário (CDB)
Outra modalidade de risco baixo é o CDB – Certificado de Depósito Bancário de bancos grandes. O CDB nada mais é que um empréstimo que o investidor faz ao banco. Ao comprar um CDB de um banco grande, o investidor está exposto a um risco de crédito baixo. No caso de CDBs de bancos pequenos esse risco de crédito pode aumentar consideravelmente e, por isso, os CDBs de instituições menores não devem ser comparados nem com a poupança nem com o Tesouro Direto, pois tem riscos distintos. A taxa de Remuneração dos CDBs está atrelada ao CDI e para os bancos grandes essa taxa não deve ultrapassar os 100% do CDI. Em média os CDBs de bancos grandes rendem 90% do CDI, por isso, essa foi a nossa suposição base para os cálculos (novamente, o usuário poderá modificar esse percentual de acordo com as suas expectativas).
Os rendimentos dos CDBs são tributáveis. A alíquota de Imposto de Renda que incide sobre esses rendimentos depende do prazo de aplicação, segundo a seguinte tabela regressiva:
Tesouro Direto
O tesouro direto é um mecanismo que o Governo Federal criou em parceria da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia – CBLC para vender títulos federais para pessoas físicas. Ao comprar um título no tesouro direto, o investidor está basicamente emprestando dinheiro ao governo brasileiro. O Tesouro Direto também pode ser considerada uma modalidade de baixo risco, pois a probabilidade de default do governo brasileiro é muito baixa. Portanto, o investimento no Tesouro Direto pode ser comparado com outros investimentos de baixo risco como a poupança e os CDBs.
Dentro do Tesouro Direto temos inúmeras possibilidades de investimento, desde títulos pré-fixados (como as LTNs) até títulos com o rendimento atrelado ao IPCA (NTN-B), ao IGP-M (NTN-C) ou ao dólar (NTN-D). Na nossa planilha consideramos como investimento no tesouro direto o investimento em LFT à nova taxa SELIC e que esta permanecerá inalterada no período em questão, por isso, o rendimento da LFT será igual a essa nova taxa SELIC (9%). Assumimos ainda que o rendimento do CDI será igual à SELIC.
Para investir no tesouro direto o investidor deve ter conta em alguma corretora e pagar três taxas: (i) taxa de negociação de 0,1% (paga uma única vez no momento da compra); (ii) taxa de custódia de custódia de 0,3% ao ano e (iii) taxa de corretagem, que varia de corretora para corretora. Como muitas corretoras não cobram tal taxa, consideramos taxa de corretagem nula na nossa planilha.
Por fim, os investimento no Tesouro Direto estão sujeitos à tributação. A alíquota do IR varia conforme o prazo de aplicação, segundo a mesma tabela regressiva dos CDBs.
Fundos de Renda fixa
Consideramos que os fundos de renda fixa, assim como os CDB´s, estão atrelados ao CDI. Deve-se lembrar que os fundos cobram taxas de administração (que variam entre 1% e 2% a.a). Para ter o mesmo grau de risco que o investimento no tesouro direto, o fundo teria que comprar exatamente os mesmos papéis, nesse caso, o retorno do fundo seria sempre menor que o retorno do tesouro direto, devido a essas taxas de administração e outros custos do fundo.
Os fundos de renda fixa só teriam rentabilidades superiores às do tesouro direto, se aplicassem em papéis mais arriscados (por exemplo, papéis de empresas ou de bancos pequenos). Isso tornaria a comparação injusta e faria com que o investidor ficasse exposto a um risco muito maior.
Como base, supusemos uma taxa de administração de 1,5% a.a e uma remuneração bruta de 100% do CDI, o usuário pode alterar essa taxa conforme a sua previsão.