Mercado de terceirização cresce no País, mas desconfiança do mercado persiste

Em expansão – O setor de prestação de serviços terceirizáveis é um fenômeno consolidado, mas ainda gera questionamento quanto à sua legitimidade e receios na adesão por medo de represálias sindicais. Alguns mitos são pulverizados no mercado, o que reforçam este desconhecimento da importância da terceirização para o País.

“O principal deles diz respeito à terceirização ser uma das grandes causas dos males trabalhistas no Brasil”, diz Emílio Morschel, diretor da NOSSA Gestão de Pessoas e Serviços, que possui um departamento específico na prestação de Serviços Especializados. Segundo o Instituto de Pesquisa Manager (Ipema), mesmo sendo o segmento que mais emprega no país, os casos julgados no Tribunal Superior do Trabalho (TST) estão atrás da Indústria (20,1%), do Sistema Financeiro (15,1%) e da Administração Pública (11,8%). A área de Serviços aparece em quarto lugar no número de processos no Tribunal, com 9,6%. As informações refletem os números de 2010. “São 32,5 mil empresas que atuam no Brasil neste setor e, juntas, empregam ao mês 1,4 milhão de trabalhadores, podendo chegar a 10,5 milhões ao ano”, complementa Morschel.

Escopo do trabalho

Segundo Morschel, a realidade da terceirização é irreversível pelo fato do país precisar dessa força de trabalho para manter o seu nível de crescimento e poder competir em nível mundial. A terceirização, por vezes, é associada à informalidade o que gera insegurança no empresariado. Morschel esclarece que as empresas sérias contratam os profissionais com base na CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), arrecadando todos os tributos e contribuições previdenciárias. “As vantagens ao empresário são inúmeras, como o foco da organização em seu core business, maior agilidade, diminuição dos passivos trabalhistas, equipe qualificada, redução de turnover, aumento da produtividade e lucratividade e maior especialização. Se um funcionário falta por doença ou há férias, nós nos preocupamos em substituí-lo, somos os responsáveis por resolver qualquer situação que o envolva tirando esse ônus das empresas”, diz.

Grandes empresas brasileiras e órgãos governamentais já aderiram à prestação de serviços especializados. É o caso do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que por ocasião do recadastramento eleitoral ocorrido em 2011 e do grande movimento de eleitores que vão ao TRE para regularizar a situação eleitoral, optou por terceirizar os funcionários. “A média é de 5 mil a 15 mil de atendimentos diários”, resume a chefe da Central de Atendimento ao Eleitor de Curitiba, Alessandra Luiz e, para atender a essa demanda, conta com 143 servidores contratados através da RH NOSSA, sendo três supervisores e 140 recepcionistas.

O serviço oferece flexibilidade e pode ser customizado conforme a necessidade do cliente. É o caso da Copel, que possui uma operação muito particular no litoral do Paraná e Santa Catarina e buscou a terceirização para atuar na região. “Temos 14 funcionários que atuam na fiscalização e na limpeza de trilhas no litoral. Eles utilizam barcos, carros e equipamentos que nós fornecemos, além de controlar toda a parte fiscal, previdenciária e tributária”, explica Morschel.