Túnel do tempo – A falta de memória do brasileiro é cada vez mais impressionante. E a situação torna-se ainda maior quando alguns acontecimentos acabam sufocando fatos passados. No escândalo que ficou nacionalmente conhecido como “Mensalão do PT”, duas instituições financeiras privadas foram acusadas de envolvimento no esquema de troca de apoio parlamentar por pagamento de mesadas. O Banco Rural e o BMG, segundo as denúncias, alimentaram o caixa 2 do PT.
Passado o escândalo do Mensalão do PT, que veio à tona em 2005, o BMG migrou de legenda, mas permaneceu dentro da chamada base aliada. Dos R$ 2,7 milhões que destinou a candidatos em 2006, o BMG separou R$ 482,5 mil para um grupo de candidatos do PDT, entre eles o presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, investigado pela Polícia Federal na Operação Santa Tereza, por envolvimento em um suposto esquema de desvio de dinheiro do BNDES.
Agora, seis anos mais tarde, a população não se recorda dos imbróglios em que se envolveu o BMG. Na verdade, o BMG, que foi beneficiado pelo governo do então presidente Luiz Inácio da Silva com os inconstitucionais empréstimos consignados, é o principal patrocinador do Santos Futebol Clube, que no domingo (13), Dia das Mães, sagrou-se tricampeão paulista, repetindo feito idêntico alcançado pela equipe comandada por Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.
Em um país minimamente sério, o BMG já teria sido banido do mercado financeiro. Em um clube com dirigentes responsáveis, o BMG jamais estamparia sua logomarca em camisa com tanta história e tradição no futebol mundial. Enfim…