Atraso nas obras de infraestrutura e problemas no trânsito das cidades podem transformar a Copa em fiasco

(Foto: Washington Alves - Reuters)
Tiro no pé – Quando o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, externou sua preocupação com a situação dos aeroportos brasileiros, o então presidente Luiz Inácio da Silva decidiu chamar o executivo de “idiota”. Por questões óbvias a ofensa não foi direta, mas de forma inominada.

Recentemente, ao afirmar que o Brasil precisava de um “chute no traseiro” para acelerar o ritmo das obras para a Copa do Mundo, Valcke foi alçada à mira das críticas palacianas, que em dado momento o excluíram como interlocutor da FIFA para os assuntos da Copa, como se ao governo brasileiro coubesse decidir nas questões internas da entidade máxima do futebol planetário.

Até mesmo Pelé disse, tempos atrás, que o Brasil corria o sério risco de enfrentar um enorme vexame com a Copa. Depois que foi indicado pela presidente Dilma Rousseff como embaixador brasileiro para o Mundial de futebol, o Atleta do Século por questões óbvias suprimiu o discurso.

Passada toda essa enxurrada de acusações, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), afirmou que a grande preocupação para a Copa está no sistema de transportes. Na quarta-feira (16), Rebelo reconheceu os problemas com o sistema de transportes e com o trânsito no País, classificados por ele como “insuficiências que nós precisamos corrigir” antes dos principais eventos esportivos mundiais que o Brasil sediará: a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016.

No que se refere ao trânsito nas principais cidades que receberão jogos da Copa, a questão foi abordada com largueza pelo ucho.info, não por causa do evento esportivo. Quando alertamos para o fato de o derrame de carros novos nas grandes cidades brasileiras ter acontecido sem o devido planejamento, o então presidente Lula, que não sabe a diferença entre populista e estadista, disse que nós torcíamos contra o Brasil. À época sugerimos que parte do imposto arrecadado com a venda de automóveis fosse destinada à melhoria do sistema viário das metrópoles, mas isso foi ignorado

Em relação aos aeroportos, Lula, quando criticou Jérôme Valcke, anunciou investimentos de R$ 5 bilhões no setor. Como nada foi feito, a saída encontrada pelo Palácio do Planalto foi entregar à iniciativa privada três dos principais aeroportos brasileiros: Guarulhos, Campinas e Brasília. O que não é garantia que tudo estará pronto a tempo.

De igual modo o governo não se preocupou em criar um projeto de apoio ao setor hoteleiro, que continua operando no limite. Em muitas cidades do País, como São Paulo e Rio de Janeiro, a motelaria tem sido a saída para turistas que não encontram vagas nos hotéis. Mesmo assim, Lula e seus aduladores continuam acreditando que o Brasil fará a melhor de todas as Copas. Enfim…