Professor de Harvard confirma teoria defendida há anos pelo ucho.info e critica pacote do governo

Basta pensar – Quando, no final de 2008, o então presidente Luiz Inácio da Silva anunciou a redução de impostos para diversas linhas de produtos, começando pelos automóveis, como forma de enfrentar os efeitos da crise internacional advinda do “subprime” norte-americano, ucho.info alertou para as diversas e perigosas consequências da medida. Entre elas, o aumento substancial do trânsito nas grandes cidades brasileiras, uma vez que haveria um derrame de carros novos nas ruas.

À época, Lula resolveu criticar os contrários à medida, que foram acusados de torcer contra o País. Não se trata de torcer contra, mas de prever o óbvio, pois é sabido que o Estado passou a se preocupar tardiamente com a mobilidade urbana.

Agora, com a crise europeia causando estragos no Brasil, a presidente Dilma Rousseff decidiu repetir a fórmula do antecessor e anunciou incentivos à indústria automobilística, como a redução de IPI para diversas categorias de automóveis.

Economista e professor da Universidade de Harvard, Edward Glaeser classifica como contraproducente as medidas anunciadas recentemente pelo governo. Para o economista norte-americano, o pacote do governo agravará ainda mais um dos maiores problemas da cidade de São Paulo, por exemplo, que é o trânsito. E esse cenário se repete em outras metrópoles do País.

Especialista em grandes cidades, o professor tem dúvidas quanto ao anunciado legado que a Copa do Mundo e as Olimpíadas deixarão ao País. “Esses eventos têm a capacidade de se tornar uma distração enorme aos governos, que já estão sobrecarregados lidando com desafios da criminalidade e trânsito”.

O contexto analisado por Edward Gleser não apenas reforça a tese defendida há anos pelo ucho.info, mas mostra que o Brasil, nos últimos dez anos, deixou de lado o planejamento de longo prazo, período em que adotou o imediatismo como forma de garantir a implantação de um projeto totalitarista de poder. Os estragos produzidos pelo messianismo fajuto de Lula exigirão pelo menos cinquenta anos para serem eliminados. Como disse certa feita o ex-presidente, “nunca antes na história deste país”.