O exponencial e promissor conceito de cartões pré-pago

(*) Eduardo Almeida –

Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), 72,4% dos brasileiros utilizam o cartão de crédito como forma de pagamento. Ou seja, ainda existe uma grande parcela de pessoas que não aderiram a um dos meios mais tradicionais de se realizar compras ultimamente.

E, essa fatia de quase 30% é atendida com cartões de débito, dinheiro vivo, cheques e boleto. Mas, quando falamos do mercado de e-commerce, uma vez que o débito ainda não é tão difundido, o único meio que atende ao segmento é o trabalhoso boleto bancário.

Não é a toa que esta forma de pagamento é tão pouco usada em países mais desenvolvidos, que preferem os cartões pré-pagos ao cartão de crédito e ao boleto. De acordo com pesquisa realizada por uma grande operadora de cartões, o Brasil já movimenta R$ 2 bilhões com os cartões pré-pagos, com expectativa de chegar a R$ 18 bilhões até 2017, com o principal foco em pagamento de viagens internacionais, refeições e celulares.

O cartão pré-pago, e até mesmo os cartões presentes, vem com o conceito de favorecer a educação financeira, evitando endividamento, principalmente entre os mais jovens que já representam 17% dos inadimplentes no Brasil, número que em 2010 era somente de 10%. Essa modalidade faz com que o consumidor tenha que pensar em todos os gastos antes de efetuar alguma compra: será que é necessário? Como ficarei pelo resto do mês? O preço realmente é bom? Como vou me planejar? Será que tenho como economizar?

Além disso, os cartões presentes abrem as portas do mundo do consumo online para aqueles que por distintas razões preferem se manter distante dos cartões de crédito, possibilitando adquirir games, músicas, filmes, áudio livros, ingressos diversos, assinaturas de revistas, além de produtos diversos, sempre com a probabilidade de encontrar os preços mais acessíveis disponibilizados pelas lojas virtuais.

Outro ponto é que para o comércio eletrônico esse conceito de compras também já é uma grande ajuda. Mesmo com o grande crescimento do e-commerce brasileiro, que movimentou R$ 18,7 bilhões em 2011, segundo o e-bit, muitos ainda se mostram resistentes à compra online, principalmente pelo medo de fraudes e roubo dos dados do cartão de crédito em lojas virtuais.

O crescente modelo de cartão pré-pago e cartões presentes pode ser a melhor escolha tanto para os consumidores, quanto para os varejistas. De um lado o consumidor passa a ter a facilidade de comprar com um cartão adquirido no varejo, já que resgata os produtos ou serviços na loja virtual com apenas número e senha do cartão e também gerencia melhor as finanças, enquanto de outro lado, o varejista virtual abre as portas para um consumidor e traz mais uma opção de pagamento no checkout, e o varejista físico expande conteúdo virtual para dentro da loja, com mais uma opção de receita.

Ou seja, os cartões pré-pagos e cartões presentes são realidades bastante próximas, muito além de meras promessas.

(*) Eduardo Almeida é sócio-fundador e diretor de marketing do Peela, o cartão pré-pago da diversão, que funciona em formato híbrido, conta virtual e cartão físico.

(Publicado originalmente no AdNews)