Atraso nas obras para as Olimpíadas de 2016 permitirá a mesma roubalheira ocorrida no Pan do Rio

Luz vermelha – Acendeu o alerta da improbidade nas obras para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Em visita à capital fluminense, para acompanhar os preparativos, a chefe da comissão de coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI), Nawal El Moutawakel, mostrou-se extremamente preocupada com a construção das arenas esportivas cujas obras ainda não começaram. Em relação às obras de infraestrutura a preocupação quase não existe, pois as mesmas deverão estar prontas para a Copa do Mundo de 2014. Em outras palavras, o problema está concentrado nas instalações olímpicas.

“Está ficando claro que o tempo para se entregar está ficando bastante apertado e a quantidade de trabalho a ser entregue é bastante considerável, especialmente porque as construções no Parque Olímpico e do complexo de Deodoro… estão previstas para serem concluídas entre metade de 2015 e o início de 2016”, disse Nawal após reuniões com os organizadores do Rio-2016.

Decerto Nawal El Moutawakel desconhece como funciona o Brasil e a malandragem de alguns de seus habitantes, principalmente os que frequentam o submundo do poder. Atrasos em obras com data de entrega são a senha para o superfaturamento e a corrupção. Foi assim nos Jogos Pan-Americanos (2007), será assim na Copa e nas Olimpíadas.

Na última segunda-feira (4), o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Márcio Fortes, informou que não existe mais uma previsão de gastos para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Por ocasião da candidatura, o investimento previsto era de US$ 11,6 bilhões (R$ 23,66 bilhões) para as obras de infraestrutura e US$ 2,8 bilhões (R$ 5,7 bilhões) para a formação do Comitê Organizador.

De acordo com o presidente da APO, os valores estimados na candidatura eram apenas uma “referência” e muitas obras ainda estão apenas na fase de projetos, o que impede, segundo ele, estimar o valor total do investimento. Mesmo com essa informação vaga e que sugere que bandalheira ocorrerá em breve, Fortes garantiu que os projetos das Olimpíadas terão como meta o “menor valor possível”.

Márcio Fortes pode dizer o que bem entender, pois o Brasil ainda é uma democracia, mas é impossível acreditar que até 2016 nenhuma transgressão ocorrerá no custo das obras para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Como mencionado acima, artimanha como a que se anuncia ocorreu nas obras do Pan do Rio, cujo orçamento inicial era de R$ 400 milhões, mas ao final a conta fechou em absurdos R$ 5 bilhões. Segundo apurou o ucho.info à época, dinheiro do Pan foi desviado para financiar algumas campanhas eleitorais. E agora não será diferente.