Barreira tecnológica – O Dia dos Namorados deixou muita gente irritada no Facebook, principalmente em razão do tom meloso de alguns casais que estão usando a rede social hoje para declararações amorosas. Mas a data também causa tristeza a quem acaba de perder seu par e, pensando nisso, a Guaraná Antarctica decidiu requentar uma campanha criada há cerca de dois meses, o “Ex Lover Blocker“.
Trata-se de um aplicativo desenvolvido para iPhone em meados de abril para impedir que o recém-solteiro vá atrás da ex. Criado pela DM9DDB, o app usa vários artifícios para barrar o indivíduo. Vai de encontro ao romantismo pregado pelo Dia dos Namorados. “É ir na contramão, mas tem muito a ver com o espírito da marca, que tem como premissa a amizade”, explica o diretor de Criação da agência, Gustavo Victorino.
Sempre que tentar discar para a ex, o dono do aparelho equipado com o Ex Lover Blocker avisará os amigos involuntariamente. Enquanto as pessoas tentam evitar o contato entre os antigos namorados, o aplicativo vai mostrando mensagens para lembrar situações chatas que levaram ao término do relacionamento. No fim, se mesmo assim ele insistir, uma mensagem é postada no Facebook para todos saberem o que está acontecendo.
“O aplicativo serve para manter o grupo unido, e faz algo um pouco diferente do que as outras marcas estão fazendo”, complementa o criativo. Ele diz que bater de frente com as premissas da data não é um problema. “Tudo o que é legal, interessante, que tem a ver com a voz da marca, sem fingimento, acaba dando certo”, justificou. “Tem que avaliar antes para saber se está errando.”
Há uma onda de viralização publicitária nas redes sociais e os aplicativos entraram nela. Para Victorino, é uma tendência natural os apps se transformarem em alternativa viável, pois, por se tratar de uma mídia nova, chama mais atenção dos consumidores: “É mais acessível, então fica mais interessante para as marcas.”
“As marcas querem aproveitar cada vez mais [os aplicativos]. Não sei no todo, mas a Guaraná Antarctica consegue bem, acho que tem um pensamento bem em cima disso, e é uma tendência”, disse, mas deu um alerta: “Nunca pode ser muito invasivo.”
Além disso, o criativo acredita que ainda não há meios de se fabricar um bom viral, as coisas continuam imprevisíveis. “Tudo o que não é forçado tem mais chance de ser bem aceito.” (Do AdNews)