No acordo entre Lula e Paulo Maluf, quem se deu bem foi o sempre enrolado ex-prefeito de São Paulo

Par ou ímpar – Diz a sabedoria popular que lobo não engole lobo porque engasga com o pelo. Verdade ou não, essa tese serve muito bem para exemplificar a parceria entre Luiz Inácio da Silva e o deputado federal Paulo Salim Maluf, duas velhas e conhecidas “raposas” da política nacional, arquitetada para alavancar a pífia candidatura do petista Fernando Haddad, imposta ao partido no vácuo do totalitarismo disfarçado do ex-presidente.

A desfaçatez é tamanha, que Lula e Maluf sentem-se à vontade diante das críticas que têm na alça de mira um acordo que em passado não tão distante era inimaginável. Até mesmo a candidata a vice na chapa de Haddad, a comunista Nádia Campeão, acha normal esse acordo com o político brasileiro que é procurado pela Interpol e por causa disso não pode ultrapassar as fronteiras brasileiras, sob pena de contemplar o nascer do astro-rei de forma geometricamente distinta.

Nessa lambança ideológica, que tem sido classificada como um tiro no pé do PT, quem saiu melhor foi Paulo Maluf, que nada tinha a perder e acabou ganhando. O ex-prefeito conseguiu um cargo na máquina federal, para o qual indicou um tutelado, melhorou sua posição no Partido Progressista, alcançou sobrevida política e pode ter conquistado a garantia de um novo mandato como deputado federal, o que lhe garante o foro privilegiado que tanto necessita. Haddad, por sua vez, contabilizou dividendos negativos dentro do PT e no eleitorado paulistano.

No contraponto desse acordo bisonho, Lula, que há muito não se incomoda em rasgar a própria história, conseguiu arremessar ao palanque do pupilo Fernando Haddad um sem fim de rumorosos escândalos de corrupção que tiveram a maior cidade brasileira como palco.

Um dia, para fustigar seus adversários e justificar sua incompetência, Lula balbuciou palavras que se transformaram em slogan sob medida para os tantos absurdos que ele próprio cometeu ou endossou. “Nunca antes na história deste país”.