Mudança de rumo – Deputado federal pelo Democratas do Rio Grande do Sul, Onyx Lorenzoni criticou, na quarta-feira (27), o empenho da base aliada para desviar o foco da investigação da CPI do Cachoeira. De acordo com o parlamentar gaúcho, o governo não tem interesse em aprofundar as apurações sobre uma suposta rede de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos promovidos pela Delta Construção, empreiteira com maior número de contratos do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. “O governo se deu conta que o Lula o colocou numa CPI onde o governo tem muito mais vocação para ser investigação do que investigar. A base já se deu conta disso e, por isso, estamos tratando de decoração de casa e de caixa dois em Goiás”, afirmou.
“Manifestei meu desagrado com essa linha de condução da CPI, principalmente do relator, porque a CPI tem coisa muito mais importante para fazer. Temos uma organização criminosa para desvendar”, lembrou o deputado. Lorenzoni reitera que a comissão precisa apurar as movimentações de dinheiro da Delta, suas conexões com o governo federal, que recursos vieram do DNIT e o uso de empresas laranjas, como a Alberto e Pantoja e a Brava para abastecer o esquema de Cachoeira. Segundo ele, empresas de outras regiões, além da Centro-Oeste, atuaram na organização como laranjas. “Isso era uma prática comum da Delta que existia para comprar pessoas, para facilitar licitações, para fazer o aditamento indevido de contratos, principalmente do governo federal”, acrescentou o parlamentar.
O deputado ainda apontou a demora da Advocacia-Geral da União para identificar irregularidades da Delta. “A AGU só se deu conta que a Delta era inidônea, e a empresa era queridinha do governo Lula-Dilma, depois que estourou o escândalo do Cachoeira. Até então, não se via nada, o que prova a ineficiência da AGU”, criticou Onyx Lorenzoni.