Fechamento de shopping em São Paulo é misto de intransigência com populismo barato

Ação estranha – A maior cidade brasileira rompeu a quarta-feira com a notícia de que um dos mais movimentados centros de compras, o Shopping Pátio Higienópolis, teve o alvará de funcionamento suspenso e corre o risco de ser lacrado até o final deste mês. A decisão da prefeitura paulistana tem como base a quantidade insuficiente de vagas no estacionamento do shopping, o que dificulta o acesso ao local e complica o trânsito da região.

Mesmo que técnica e teoricamente necessária, tal decisão serve apenas para que o prefeito Gilberto Kassab despeça-se do poder com algum fato positivo, já que seus índices de aprovação entre os paulistanos são pífios.

O oportunismo barato que emoldura a ação da prefeitura causa espécie, pois por ocasião da autorização para que o shopping fosse construído as plantas da obra foram entregues as autoridades competentes, que concordaram com o apresentado. De igual modo, é de se estranhar o fato de a prefeitura paulistana ter cobrado os devidos impostos relativos ao imóvel e às atividades comerciais exercidas no local, mas agora quer fechar o centro de compras localizado em elegante bairro da Zona Oeste da cidade de São Paulo. De acordo com informações da própria prefeitura de São Paulo, ao todo dezessete shoppings estão em situação irregular e correm o risco de serem lacrados.

Quando cobra impostos de um imóvel supostamente irregular, o Executivo acaba endossando as irregularidades. É verdade que muitos especialistas em Direito questionarão a nossa posição, mas trata-se de interpretação prática e óbvia da situação, transformada em trampolim eleitoral de incompetentes. O caso do Shopping Pátio Higienópolis só prosperou porque uma ex-funcionária proprietária do empreendimento revelou o pagamento de propinas a funcionários da prefeitura de São Paulo.