PPS apresenta pedido de convocação do governador do Tocantins na CPI do Cachoeira

Banco dos réus – O líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), apresentou nesta segunda-feira (9) requerimento de convocação do governador do Tocantins, Siqueira Campos (PSDB), para depor na CPI do Cachoeira. Quase metade do dinheiro do comitê do PSDB, segundo o jornal “Folha de S. Paulo”, veio de empresários que atuavam em parceria com o contraventor. Do dinheiro usado na campanha de Siqueira em 2010, 98% vieram do comitê.

“Se o governador Siqueira Campos está sendo denunciado pela mídia, por que não convocá-lo?”, disse Bueno, que protocolou o requerimento de convocação nesta segunda-feira. “É imprescindível que ele venha esclarecer as suas relações com Cachoeira, pois, afinal, o objetivo da comissão é investigar as relações de Cachoeira com o poder público e com empresários”, disse Bueno

De acordo com a o jornal, dos R$ 10,5 milhões de receita declarada à Justiça Eleitoral, R$ 4,3 milhões (41%) foram doados por pessoas investigadas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo. O prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), flagrado negociando com o bicheiro, já foi convocado para depor.

Empresários

Nas escutas telefônicas realizadas Polícia Federal, Carlinhos Cachoeira fala a um dos seus auxiliares sobre encontro marcado com o governador. No contraponto, Siqueira Campos diz que só houve um encontro “fortuito”, sem dar detalhes.

Rossine Aires Guimarães, dono de uma construtora, foi o maior doador da campanha de Siqueira, com R$ 3 milhões. Sua convocação pela CPI do Cachoeira já foi aprovada. Segundo a PF, Guimarães e Cláudio Abreu são os principais parceiros de Cachoeira.

Contabilidade estranha

A entrada de mais um político da oposição no olho do furacão em que se transformou o escândalo já era esperada como forma de compensar a convocação do petista Raul Filho, prefeito de Palmas e que foi flagrado em vídeo negociando com o contraventor goiano.

No caso de Siqueira Campos, além das doações de campanha há outro assunto polêmico a ser esclarecido pelo governador tocantinense. A prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral. Como se já noticiado largamente pelo ucho.info, a eleição de um governador, por menor que seja a importância político-econômica da unidade da federação, não custa o valor informado pelo comitê de campanha de Siqueira Campos.

É preciso acabar com essa hipocrisia contábil por parte dos candidatos e da Justiça Eleitoral, pois cargos eletivos no Brasil só são alcançados na esteira de muito dinheiro, o que na etapa seguinte exige a devida contrapartida àqueles que colocaram a mão no bolso.