Julgamento do mensalão agita a política e defesa de Delúbio por jovens petistas causa estranheza

Contagem regressiva – Com a proximidade do início do julgamento do caso do Mensalão do PT, cresce no meio político a expectativa em relação ao futuro dos acusados de envolvimento no esquema de cooptação de apoio no Congresso Nacional através do pagamento de mesadas regulares. Na opinião do presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, “será um julgamento que vai marcar a história do Brasil; não adianta o Supremo dizer que vai ser um julgamento como outro qualquer”. O julgamento do caso, marcado para começar no próximo dia 2 de agosto, marcará um período da sociedade e da República, afirma o parlamentar.

“O mensalão do Lula é o maior escândalo de corrupção da República brasileira e o julgamento terá ampla cobertura da imprensa brasileira; é uma grande estultice do PT acreditar que pode transformá-lo em secreto”, afirmou.

Chamamento

Para Freire, não importa o momento em que o caso seja julgado – perto ou longe das eleições –, pois a repercussão será sempre grande. “Eu já venho gravando para candidatos do PPS a prefeito e aliados participações em que chamo a atenção para a necessidade de se acompanhar atentamente o julgamento”, revelou o presidente do PPS.

O acontecimento já seria histórico, avalia. “A eleição é algo mais, apenas”. O julgamento, analisa, não será mais importante por causa da eleição. Seria a qualquer tempo, por causa de sua proporção e importância.

Sobre a estratégia de Delúbio Soares – que foi tesoureiro da campanha do PT e continuava na tesouraria do partido na época do escândalo, no primeiro mandato de Lula e – de chamar a juventude do PT para defendê-lo, Freire declarou que o mensaleiro faz o papel dele.

“Absurdo é a juventude se prestar a esse papel e ainda chamá-lo de herói guerreiro do povo brasileiro”. Para Roberto Freire, “isso é um escárnio que atenta não contra Delúbio, que já não tem muito o que perder, mas contra a juventude, que tem um setor do PT capaz de homenagens desse tipo”.

Freire ironizou, afirmando que já existem brincadeiras dando conta de que o ídolo da esquerda petista agora não é mais Che Guevara, mas Delúbio, “que é o herói e guerreiro do povo brasileiro; veja a que ponto se chegou a desfaçatez e o escárnio”.

Apesar de o mensalão ser do Lula, lembra Freire, o ex-presidente não será julgado. “O fato de Roberto Jefferson e Marcos Valério falarem sobre o envolvimento dele só mostra o que a sociedade já sabe: que ele foi o maior beneficiário do esquema; mas Lula não está nos autos e não será julgado”.