Dilma comanda, no Palácio do Planalto, golpe que permitirá o ingresso da Venezuela no Mercosul

Jogo rasteiro – Sempre buscando uma oportunidade de aparecer em cena como “pop star”, o tiranete Hugo Chávez chegou com quase uma hora de atraso ao Palácio do Planalto, onde participa do golpe arquitetado por companheiros esquerdistas para inserir a Venezuela no Mercosul.

A entrada da Venezuela no bloco econômico sul-americano só foi possível porque os países-membros decidiram suspender temporariamente o Paraguai depois do impeachment de Fernando Lugo, decidido de forma célere, mas sob o manto da Constituição do país vizinho. Como o Paraguai era o único empecilho à entrada Venezuela no Mercosul, o impeachment de Lugo foi a chance que o grupo encontrou para patrocinar uma manobra sórdida e covarde, atendendo o desejo do absolutista Hugo Chávez, que cada vez mais dissemina a peçonha de Havana sobre o continente.

Quando o Congresso paraguaio decidiu pelo impeachment de Fernando Lugo, a presidente Dilma Rousseff, assim como outros mandatários sul-americanos, falou em golpe, sendo que alguns mais ousados, como é o caso de Chávez, tentaram interferir na soberania paraguaia. Inclusive com um projeto de golpe para reconduzir Lugo à presidência.

Na reunião extraordinária de Cúpula do Mercosul, que acontece no Palácio do Planalto, Dilma, na companhia de Cristina de Kirchner (Argentina) e José Mojica (Uruguai), formalizará o golpe contra o Paraguai ao aceitar a Venezuela no bloco.

Sob pressão

O ingresso da Venezuela no Mercosul se deu na esteira de acusações polêmicas, entre elas a de que o Brasil teria pressionado a favor do país governado por Hugo Chávez. Há algumas semanas, ministro de Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, afirmou que seu país era contrário ao ingresso da Venezuela “nessas circunstâncias”, sendo que a posição do Brasil “foi decisiva nessa história”.

Chanceler genérico do governo Dilma e assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia negou a acusação na época. “Nós não fizemos pressão sob nenhum país até porque não é estilo da presidenta Dilma Rousseff fazê-lo”, declarou Garcia. Segundo o assessor especial, o Brasil não faz esse tipo de pressão “em relação a nenhum governo e menos ainda o faria em relação a governos com os quais nós temos uma associação tão intima”.

Trotskista convicto, apesar de negar essa sua relação com a linha dura da esquerda mundial, Marco Aurélio Garcia conhece muito bem Dilma Rousseff e sabe do que ela é capaz. Dizer que a presidente é avessa a pressões é abusar do raciocínio da massa pensante brasileira. Quem convive diariamente no Palácio do Planalto sabe o que acontece nas coxias do poder, onde na maior parte do tempo impera a falta de diplomacia no trato com as pessoas.