Suposta relação de Celso Russomanno com grupo de Cachoeira é alvo de requerimento em CPI

Pedra no caminho – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, o paranaense Rubens Bueno (PR) protocolou nesta terça-feira (31), na CPI do Cachoeira, requerimento (REQ 720/12) de convocação do ex-deputado federal Celso Russomanno, candidato do PRB à prefeitura de São Paulo. A intenção é esclarecer a eventual ligação do político com a quadrilha de Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, principalmente em um suposto esquema de remessa ilegal de dinheiro para o exterior. Relatório da Polícia Federal enviado à Comissão aponta que integrantes da organização criminosa negociaram a movimentação de R$ 7 milhões em contas no exterior, dinheiro que supostamente pertenceria a Russomanno.

“Uma das missões da CPI é investigar a ligação de políticos com a quadrilha de Cachoeira. Como Russomanno é citado em relatório oficial da Polícia Federal, a comissão precisa ouvir suas explicações. Afinal, são integrantes da organização colocando o nome dele em uma operação ilegal. Um deles até fala em prisão. A CPI precisa esclarecer esse episódio, fato que também deve ser de interesse do candidato a prefeito”, justifica o líder do PPS.

Reportagem do jornal Correio Braziliense desta terça-feira traz conversa interceptada pela Polícia Federal (PF), com autorização da Justiça, que revela que Alex Antonio Trindade, apontado como o membro do grupo responsável pela remessa de grandes valores para fora do País, afirma a um interlocutor identificado apenas como Fábio que ele tinha um contrato assinado como Russomanno e sabia que o montante em questão estava disponível, sendo R$ 4 milhões em um cofre e os outros R$ 3 milhões na conta, prontos para “serem transferidos”.

As investigações da PF, segundo relata o jornal, “mostram a proximidade de Alex Antonio Trindade com Gleyb Ferreira da Cruz, homem de confiança de Cachoeira encarregado de coordenar as transferências de recursos do bando de instituições financeiras, brasileiras e internacionais, para empresas de fachada e beneficiários da quadrilha”. Gleyb, preso durante a Operação Monte Carlo, foi solto em junho.