Preocupado com os efeitos do julgamento no Supremo, PT quer proibir o uso do termo “mensalão”

Audácia vermelha – Há algo estranho na seara do Mensalão do PT, o “mais ousado e escandaloso esquema de corrupção e desvio de dinheiro público descoberto no Brasil”, de acordo com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que pediu a condenação de 36 envolvidos no caso.

Tão logo o escândalo veio à tona, Lula, com a desfaçatez que lhe é peculiar, pediu desculpas aos brasileiros pelo ocorrido, alegando, como sempre, que jamais soube do esquema. Passados alguns anos, com a aproximação do julgamento no Supremo Tribunal Federal, Lula decidiu comandar uma estratégia bizarra. A de desmentir a existência do Mensalão do PT, afirmando que tratava-se de invenção da imprensa e da oposição. Mesmo o mensalão sendo uma mentira, como alega Lula, ele próprio tentou adiar o julgamento do caso por meio de chantagem contra o ministro Gilmar Mendes.

Com a iminência de condenação de boa parte dos réus da Ação Penal 470, o PT quer minimizar o impacto do julgamento nas eleições municipais. E para isso a legenda estuda proibir a imprensa de utilizar o termo “mensalão”, como se o Brasil já vivesse sob uma ditadura consumada. Para que o leitor tenha ideia da extensão do absurdo, na sexta-feira (3) trinta advogados do PT reuniram-se em São Paulo para discutir como estabelecer a proibição.

Coordenador jurídico do PT, Marco Aurélio de Carvalho afirma que a palavra “mensalão” exprime juízo de valor pejorativo. O mais interessante nessa incursão totalitarista é que quando a bandalheira estava em marcha nenhum petista pensou em valor pejorativo. Naquele momento interessava ver o esquema criminoso avançando, pois era preciso pagar as contas atrasadas de campanha e enganar o povo brasileiro.

O PT tentará impor sua vontade negociando com a imprensa. Em caso de insucesso, apelará à Justiça. Dificilmente o Judiciário ultrajará a democracia para satisfazer o desejo totalitarista de um grupo de incompetentes ousados e farsantes. Ou o Brasil reage a mais esse absurdo, ou aceita a ditadura como modelo ideal.