Papel carbono – Defensor do publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o principal operador do Mensalão do PT, o advogado Marcelo Leonardo afirmou durante sustentação oral no STF que o inquérito resultou na Ação Penal 470 não prova a existência do esquema de compra de apoio parlamentar por meio de mesadas. Para o causídico, houve no máximo caixa 2, o que os petistas decidiram de forma vergonhosa e ousada chamar de dinheiro não contabilizado.
“números depoimentos negam o mensalão. Jamais foi feito repasse de dinheiro a parlamentares para compra de votos (….) Constituiu-se, no máximo, em um caixa dois”, defendeu Marcelo Leonardo, tese idêntica à utilizada pela defesa de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT.
O advogado do publicitário alegou também que nos depoimentos das testemunhas não há qualquer menção à existência do esquema de compra de apoio político. ““Foram transcritos 58 depoimentos de testemunhas, ninguém dá notícia de compra ou pedido de compra de voto de deputado, apesar das 300 testemunhas ouvidas na instrução”, afirmou Marcelo Leonardo, que usou o tempo de uma hora previsto a que tinha direito. Por questões óbvias as testemunhas ouvidas jamais confirmariam a existência do esquema.
A estratégia de puxar o escândalo para a teoria do caixa 2 se explica pelo fato de que se trata de um crime cuja pena já está prescrita. Com isso prevaleceria a tese do dinheiro não contabilizado para campanha, deixando de fora do julgamento da opinião pública o governo do então presidente Luiz Inácio da Silva, o mais corrupto de toda a história nacional.