Mensalão: julgamento no STF será inundado pela falsa inocência do deputado petista João Paulo Cunha

Tudo de novo – No quinto dia do julgamento do Mensalão do PT (Ação Penal 470), o Supremo Tribunal Federal mais uma vez será alcançado por uma enxurrada de mentiras. A maior lufada de mitomania ficará por conta da defesa do petista João Paulo Cunha (SP), que à época do escândalo presidia a Câmara dos Deputados.

João Paulo foi acusado de receber R$ 50 mil do esquema operado por Marcos Valério e coordenado a partir do Palácio do Planalto. À época, o dinheiro foi sacado na boca do caixa de uma agência do Banco Rural, em Brasília, pela mulher do parlamentar, Márcia Milanésia da Cunha.

Diante dos registros de entrada de pessoas no edifício onde funciona o Banco Rural na capital dos brasileiros, o parlamentar alegou que Márcia Milanésia foi à agência para pagar faturas de uma operadora de televisão a cabo. Uma inverdade colossal, pois para quem circulava pela capital federal a bordo do carro oficial da Câmara, com direito a um séquito de batedores e sirenes ligadas, concordar que a mulher faça tão reles serviço é desrespeitar a própria vaidade, que no parlamentar abunda.

Como mentira tem prazo de validade curto, João Paulo Cunha partiu para nova e esfarrapada desculpa. Disse o deputado que o dinheiro foi caixa 2 de campanha e empregado na contratação de uma empresa de pesquisa eleitoral. Uma sonora inverdade que se perdeu no tempo.

Candidato do PT à prefeitura de Osasco, na Grande São Paulo, João Paulo Cunha tenta, em primeiro lugar, minimizar os efeitos que as acusações formuladas pela Procuradoria-Geral da República podem causar em sua campanha. O segundo passo, o mais importante, é escapar de uma eventual condenação, mesmo que a prisão seja passível de recursos e discussões de toda ordem, inclusive no âmbito internacional.