Incompetência do governo obrigará a Petrobras a prolongar a temporada de prejuízos bilionários

Matemática burra – Quando, no final de 2008, o então presidente Luiz Inácio da Silva anunciou uma série de benefícios fiscais temporários como forma de minimizar os efeitos da crise internacional, o ucho.info criticou a irresponsabilidade da medida e fez diversos alertas, o que nos rendeu a acusação de torcer contra o Brasil.

Diferentemente do pensam os palacianos, nossa missão é, por meio do jornalismo crítico e responsável, proteger o cidadão das mazelas do Estado e da incompetência dos governantes. Um dos alertas foi a falta de planejamento que garantisse o derrame de automóveis novos nas ruas e avenidas do País. Ufanista, Lula acreditou que para salvar a economia bastava reduzir a carga tributária do setor automotivo. Contudo, não é dessa maneira que se administra uma nação.

Muito antes de despejar carros novos em todos os cantos, o governo deveria prever a demanda por combustíveis, porque até agora não foi inventado um veículo urbano movido a vento. Com a alta do consumo de gasolina, principalmente, a Petrobras foi obrigada a importar o produto e vendê-lo no mercado interno por um preço aquém do que pagou. Foi o suficiente para comprometer as finanças da estatal petrolífera, que no segundo trimestre deste ano registrou prejuízo de R$ 1,3 bilhão.

Sem poder aumentar o preço da gasolina, sob pena de turbinar ainda mais a resistente inflação, o Palácio do Planalto vem adotando medidas paliativas, que em nada ajudam a solucionar o problema. A necessidade de majoração do preço dos combustíveis é iminente, mas o governo não fará isso em ano eleitoral, o que comprometeria os candidatos apoiados pelas legendas que controlam o poder central. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), chegou a confirmar o aumento, logo descartado pelo titular da Fazenda, o petista Guido Mantega.

Diante do impasse, a saída encontrada pelo governo foi o aumento do percentual de etanol misturado à gasolina, que pode passar de 20% para 25%. Mas isso só deve acontecer em abril de 2013. Até lá, a Petrobras continuará sangrando seu caixa e causando prejuízos absurdos aos pequenos acionistas. Tudo porque Lula vendeu ao mundo uma bolha de virtuosismo, cujo estouro a presidente Dilma Rousseff não sabe como conter.

Como disse certa feita o próprio Lula, em um momento de filosofia de botequim, “nunca antes na história deste país”.