Mensalão: fase da defesa chega ao fim com todos os acusados sendo apresentados como inocentes

Lixa grossa – O julgamento do Mensalão do PT (Ação Penal 470), no Supremo Tribunal Federal, entra no quinto e penúltimo dia dedicado à defesa dos acusados de envolvimento no maior caso de corrupção da história nacional. Durante a semana, todos os advogados que ocuparam a tribuna do Supremo trataram de propalar a suposta inocência de seus clientes, negando a existência do esquema criminoso, e desqualificando a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Como se sabe, a estratégia combinada entre todos os acusados e seus respectivos advogados foi negar participação no esquema de cooptação de parlamentares e alegar que tudo não passou de caixa 2 de campanha. Acontece que a existência do mensalão foi confirmada por muitos petistas, começando pelo então presidente Luiz Inácio da Silva, que à época pediu desculpas ao povo brasileiro.

Na sequência foi a vez do então deputado federal Paulo Rocha (PT-PA), que admitiu ter recebido dinheiro do esquema operado por Marcos Valério, sendo que parte do valor foi repassado para o PSB. Em seguida surgiu em cena o ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, conhecido no submundo da política como Silvinho “Land Rover”, que fez um acordo com a PGR para não ser investigado, Em troca o petista se comprometeu a cumprir 750 horas de serviços comunitários ao longo de três anos.

O ápice da confissão ficou por conta do atual ministro José Eduardo Martins Cardozo, da Justiça, que em 2008 reconheceu a existência do Mensalão do PT e a necessidade de se punir os envolvidos. Considerando que o esquema foi confirmado por integrantes do próprio Partido dos Trabalhadores, não há razão para os advogados perderem tempo negando os fatos, não sem antes atormentar a opinião pública com tamanha desfaçatez. É sabido que todos os advogados foram regiamente remunerados para distorcer a verdade, mas bom senso não faz mal e nem tem contra-indicação.