Do contingente de presos beneficiados com a medida, 3 mil serão monitorados diuturnamente por meio de tornozeleiras eletrônicas. Mesmo com a imposição de regras para fazer jus ao benefício, a previsão é que até 8% dos liberados não retornem às unidades prisionais até a próxima terça-feira (14), quando termina o prazo da saída temporária.
Durante esse período, muitos dos apenados deixarão de passar com a família para cometer crimes diversos, aumentando o temor que toma conta da população, e levar mensagens de facções criminosas para os operadores que ainda estão em liberdade.
Em termos estatísticos o número de presos que deixarão de cumprir à risca o benefício é considerado baixo, mas deixa à mostra a ineficácia do processo de recuperação dos condenados pela Justiça. O simples cerceamento da liberdade não devolve ao preso condições para o convívio social. Na verdade, como provado em estudo e projetos realizados pelo editor do ucho.info, ao reconquistar a liberdade o preso é levado inconscientemente ao cometimento de um novo crime, como forma de retornar ao mundo que passou a ser seu.
Uma equipe de notáveis convocada pelo Congresso Nacional finaliza as mudanças no Código Penal, mas só isso não basta para garantir segurança e inibir o crime. É preciso que o Estado, que chamou para si a prerrogativa de julgar e condenar, assuma a responsabilidade de recuperar o condenado. Do contrário, a legislação penal continuará sendo inócua.