Apagão do sistema de telefonia celular faz do Brasil o país onde o móvel se confunde com o estático

Na contramão – Quando foi lançado, décadas atrás, o revolucionário telefone celular tinha como diferencial a mobilidade. Com o passar dos anos e a falta de investimentos na infraestrutura de telefonia, o que era incrivelmente móvel passou a irritantemente estático. Pode parecer um relato esdrúxulo para alguns, mas essa é a realidade enfrentada pelos usuários de celulares nas grandes cidades brasileiras.

Em São Paulo, maior cidade do País, falar ao celular exige paciência e muito dinheiro. A paciência é preciso em dois momentos distintos. O primeiro deles é para se conseguir um sinal que permita a realização de uma chamada. O segundo momento está relacionado à necessidade de o usuário não se movimentar, sob pena de a chamada cair algumas vezes.

Como noticiado anteriormente pelo ucho.info, 64% dos telefones celulares estão habilitados em grandes centros urbanos, sendo que a média nacional é de 4,6 mil conexões por antena. Na capital paulista, por exemplo, as conexões por antena de telefonia celular ultrapassam a incrível marca de 9 mil. Para piorar o sistema, as conexões acontecem a partir de smartphones, o que compromete a comunicação pro conta do tráfego de dados.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou que proibirá as operadoras de telefonia celular de cobrarem por novas chamadas para um mesmo número se a ligação cair, como há anos denuncia o ucho.info, uma vez que essa estratégia surgiu no vácuo do lançamento de promoções que são verdadeiras armadilhas.

Outro tema que a Anatel deveria tratar é o prazo de validade dos créditos dos celulares pré-pagos. Com 90% dos celulares do País nessa modalidade, as operadoras não têm qualquer risco em relação aos clientes chamados “pré-pagos”. Na realidade, se risco existe ele é negativo, pois o usuário paga pelo serviço antes de utilizá-lo.