Falta de independência dos Poderes fez com que Lula não fosse acusado no caso do Mensalão do PT

(Foto: Epitácio Pessoa - AE)
Blindagem oficial – Em mais um dia dedicado à defesa dos acusados de envolvimento no escândalo do Mensalão do PT (Ação Penal 470), o advogado do ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, afirmou sem titubear que Lula não apenas sabia do esquema criminoso de cooptação de parlamentares, como ordenava a compra de votos no Congresso Nacional.

Se por um lado tal declaração não causa estranheza, pois nenhum governante consegue durante longo período uma quase unanimidade no parlamento, por outro em nada complica o ex-metalúrgico, que não poderá ser inserido no processo, uma vez que na denúncia da Procuradoria-Geral da República seu nome não foi citado pro falta de provas. A afirmação do advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa serve apenas para reforçar a mitomania que prevaleceu no momento em que Lula garantiu que desconhecia o esquema.

No contraponto o discurso de Corrêa Barbosa poderá provocar algum prejuízo político a Lula e principalmente àqueles que nas eleições municipais que se avizinham esperam contar com o messianismo boquirroto de alguém que foi responsável pelo período mais corrupto da história nacional.

Em um país minimamente sério e com doses mínimas de responsabilidade, Lula certamente estaria entre os acusados de envolvimento no Mensalão do PT, assim como em outros tantos escândalos que marcaram sua passagem pelo Palácio do Planalto. Isso só não aconteceu porque não há no Brasil independência dos Poderes e também por causa da partidarização da máquina federal em todas as asuas instâncias. Como disse certa feita o próprio ex-presidente, “nunca antes na história deste país”.