Cortina de fumaça – O comportamento da imprensa brasileira diante dos descalabros do governo federal ultrapassa as últimas fronteiras da vergonha e provoca náuseas. No instante em que a população precisa de esclarecimentos práticos sobre a crise econômica, que cresce a afeta a extensa maioria da sociedade, muitos dos veículos de comunicação do País se limitam a informar, como se cumprissem à risca o papel maior que lhes é conferido, o de vigilante do Estado e protetor do cidadão.
Na terça-feira (14), a imprensa noticiou que as famílias brasileiras comprometeram 42% da renda com dívidas. O assunto não novidade para os nossos leitores, pois em dezembro de 2008, quando o então presidente Luiz Inácio da Silva ocupou os meios de comunicação para pedir aos brasileiros a manutenção do consumo em níveis elevados, o ucho.info alertou para o perigo do endividamento recorde, mas ao Palácio do Planalto interessava apenas salvar um governo marcado pela incompetência e pela corrupção. Mesmo diante de fatos incontestáveis, os palacianos resolveram nos acusar de torcer contra o Brasil. Uma balela desmedida, pois todos sabem do nosso árduo e diuturno trabalho em prol do Brasil e dos brasileiros.
A imprensa cumpre um papel raso ao despejar sobre a população um amontoado de números estatísticos, quando deveria criticar a aposta do governo da presidente Dilma Rousseff em usar o consumo interno como tábua de salvação para a crise econômica que está apenas começando.
O que os jornalistas deveriam fazer, mas não fizeram e dificilmente farão, é mostrar aos brasileiros que não há como atender aos apelos do governo e partir novamente às compras, pois o comprometimento financeiro dos cidadãos está além do limite. O grau de endividamento das famílias é tamanho, que milhares pessoas já apresentam doenças decorrentes dessa constrangedora situação que domina os lares de todo o País.
Quando o ucho.info afirma que o governo do PT desconhece por completo o significado da palavra planejamento, muitos são os que nos dedicam críticas, mas uma nação não pode ser administrada à sombra do ufanismo e do imediatismo, binômio pelo qual Lula deveria receber um sem fim de láureas, pois em oito anos ele mostrou ser essa a sua maior especialidade.
